Hoje, às 17h, será realizado um ato-debate na ocasião dos 60 anos da TV Globo. A atividade, organizada pelo Partido da Causa Operária (PCO), ocorrerá no Centro Cultural Benjamin Péret (CCBP) de São Paulo, que fica na Rua Conselheiro Crispiniano, nº 73, no centro da capital paulista. O evento tem como proposta realizar uma discussão sobre o papel que a emissora desempenha na situação política nacional desde a sua fundação, em 1965, logo no início da Ditadura Militar, e a quais interesses elas serve.
O fato de ter sido fundada logo após o Golpe de 1964, que instaurou a truculenta Ditadura Militar por 21 anos e que serviu somente ao imperialismo, é uma indicação de que a Globo surgiu para ser o principal meio de comunicação do regime ditatorial. Um panfleto oficial do governo norte-americano no Brasil.
Apesar de já existir como um órgão de imprensa desde 1925, como um jornal diário com um alcance limitado ao Rio de Janeiro, o governo militar, com todo o aparato financeiro e legal que possuía, transformou a organização naquilo que hoje conhecemos como o maior monopólio de comunicação no País e um dos maiores do mundo. Com isso, o regime garantia que a Rede Globo informasse apenas aquilo que interessava à ditadura ou da forma que era mais interessante. Num período marcado por forte censura, anterior à criação da Internet, tudo o que era transmitido pela Rede Globo praticamente se tornava verdade, pois não havia como ser contestado.
No entanto, mesmo com o fim da Ditadura Militar em 1985, o imperialismo manteve a Rede Globo como sendo o seu principal veículo para transmitir a sua política, só que, agora, com uma máscara de democrata. Dando continuidade, é claro, à sua política de submissão do Brasil aos interesses estrangeiros. Uma das primeiras grandes fraudes no regime dito democrático foi na eleição de 1989, a primeira pós-regime militar, em que a Rede Globo atuou abertamente para prejudicar Lula e favorecer o seu candidato, Collor de Mello. Tempos depois, o próprio diretor da emissora, José Bonifácio Sobrinho, o Boni, admitiu que a Globo manipulou o seu debate para favorecer Collor.
Outro momento “marcante” de interferência política da emissora foi durante o golpe de 2016. A Rede Globo foi uma das principais responsáveis por impulsionar as acusações de corrupção farsescas durante o Mensalão e a Lava Jato. Uma campanha clara e aberta contra o governo do PT que atingiu o seu auge com a queda da presidenta Dilma, em 2016, e a prisão de Lula, em 2018.
Assim como no final da Ditadura Militar, o imperialismo tenta lavar de novo a imagem da Globo, mas, agora, com o uso da demagogia identitária e de uma suposta defesa da democracia contra o golpe imaginário de Bolsonaro. Uma forma de se “repaginar” para ganhar apoio da esquerda e dar outro grande golpe.
Dessa forma, a atividade promovida pelo PCO, que será realizada hoje, às 17h, no CCBP, assume grande importância, pois debater a história da Globo é debater a atuação do imperialismo no Brasil. Não é um debate somente sobre o passado, mas, principalmente, sobre como atuar na situação política atual diante do poder da imprensa burguesa.