O ponto de inflexão dos Estados Unidos em torno de sua abertura, suas instituições e seu engajamento global a partir das decisões de Donald Trump pode ser um ponto de mudança para a economia de muitos países europeus, desde que questões políticas e econômicas sejam devidamente solucionadas.

Em artigo publicado no Project Syndicate, a economista Pinelopi Koujianou Goldberg, professora em Yale e ex-economista-chefe do Banco Mundial explica que Trump vê a liderança histórica norte-americana “como evidência de exploração” ao invés de considerar um sinal de força do país, e isso acaba por abrir oportunidades para outros mercados – como a Europa continental.

“Diante de desafios econômicos de longa data – baixo crescimento da produtividade, envelhecimento populacional e oportunidades perdidas na transformação digital –, os formuladores de políticas europeus consideram cada vez mais a retração dos Estados Unidos como uma chance de recuperação”, explica Pinelopi.

Contudo, a economista diz que quatro condições se fazem especialmente necessárias para que o vazio deixado pela falta de engajamento norte-americano seja ocupado pelos europeus:

 – Evitar que qualquer país da União Europeia realize negociações bilaterais com os Estados Unidos, de forma a evitar a estratégia de “dividir para reinar” do governo republicano norte-americano;

 – Abraçar a abertura ao comércio e ao talento, acolhendo migrantes qualificados, pesquisadores e mantendo relações comerciais produtivas com outros países, em especial a China, por conta da necessidade de minerais e terras raras para desenvolvimento de novas tecnologias;

 – A Europa deve fazer uma reforma regulatória, uma vez que “regulamentações excessivas ou mal elaboradas em outros setores têm sufocado o investimento e a inovação e impedido o crescimento da produtividade”; e

 – Enfrentar a crescente escassez de mão de obra por meio de políticas de imigração que se apliquem a indivíduos qualificados e menos qualificados.

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Last Update: 03/06/2025