A partir desta sexta-feira (2), mais de 570 mil servidores federais da ativa, 412 mil aposentados e 231 mil pensionistas começam a receber reajustes salariais, com retroativos a janeiro. A medida, aprovada com a Lei Orçamentária de 2025, marca um novo ciclo de valorização do serviço público, pautado no diálogo, recomposição de direitos e reconhecimento do papel dos servidores na modernização do Estado.
Os aumentos salariais e de benefícios resultam da retomada das mesas nacionais de negociação permanente entre o Governo Federal e os servidores, reativadas em fevereiro de 2023, após seis anos de interrupção. Essas mesas, criadas no primeiro governo Lula e extintas em 2016, voltaram a ser um canal efetivo de diálogo para tratar de remuneração, carreira e condições de trabalho.
Segundo o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), o impacto primário dos reajustes será de R\$ 16,2 bilhões em 2025. A despesa com pessoal seguirá abaixo de 2,6% do Produto Interno Bruto (PIB), em conformidade com a responsabilidade fiscal e os parâmetros do novo arcabouço fiscal do governo.
Para o presidente Lula, o aumento da renda do trabalho é uma forma direta de estimular a economia. Ao beneficiar milhões de brasileiros, os reajustes não apenas melhoram o poder de compra dos servidores e a qualidade dos serviços públicos, como também aquecem o consumo e dinamizam o mercado.
Respeito e negociação sem repressão
As negociações foram marcadas pelo respeito à autonomia das entidades representativas dos servidores, sem imposições ou tentativas de silenciar mobilizações. A construção dos acordos ocorreu de forma progressiva, iniciando em 2023 com um reajuste linear de 9% nos salários e de 43,6% no auxílio-alimentação.
Nos anos de 2023 e 2024, foram firmados 49 acordos com categorias do Executivo Federal, abrangendo 100% dos servidores civis efetivos. O auxílio-alimentação teve novo reajuste em 2024, alcançando R\$ 1.000. A assistência pré-escolar foi corrigida em 51%, beneficiando 61 mil servidores. Já a assistência à saúde suplementar teve reajuste médio de 50%, com variações entre 5% e 100%, priorizando servidores de menor renda e maior idade. Esse auxílio atende 876 mil pessoas, entre ativos, aposentados, dependentes e pensionistas.
Avanços para além do salário
Além da recomposição salarial, os servidores têm pautado questões como progressão na carreira, formação acadêmica e condições de trabalho mais equilibradas. Do lado do governo, a busca é por mais eficiência administrativa, sem abrir mão do bem-estar dos trabalhadores — um compromisso com a valorização do funcionalismo e com a manutenção de um Estado forte e presente.
A série de reportagens do Ministério da Gestão, publicada por ocasião do 1º de Maio, mostra que a valorização do servidor público vai além do reajuste. Ela inclui políticas para concursos, qualificação profissional, novas carreiras e reestruturações que visam tanto a justiça social quanto a eficácia administrativa.