A polêmica dos últimos dias no mundo do futebol foi a recente declaração de Raphinha à Romário TV. No domingo, 23, o craque da Seleção do Tetra (1994) entrevistou, em seu canal no YouTube, os três principais jogadores da nova geração de craques do futebol brasileiro, Vinícius Júnior, Rodrygo e Raphinha.
O camisa onze da Seleção e do Barcelona — aliás, a mesma camisa que Romário representou — foi perguntado sobre o clássico contra a Argentina, que irá ocorrer na noite desta terça-feira, 25, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo.
A entrevista aconteceu, mais ou menos, assim: ao ser perguntado por Romário se daria “porrada” em argentino, entendendo se tratar do maior clássico do futebol mundial, Raphinha responde:
— “Porrada neles! Sem dúvida! Porrada neles! No campo e fora do campo se tiver que ser!”
— “Vai fazer a porra do gol contra Argentina?”
— “Vou! Foda-se eles!”
A resposta foi a única possível, considerando-se o histórico da brutalidade com a qual os argentinos tratam os jogadores brasileiros em quaisquer circunstâncias. Na falta de habilidade, apelam à porrada, como fazem, em geral, os outros times latino-americanos (com destaque especial aos uruguaios).
O próprio Raphinha, nas Eliminatórias de 2022, sofreu uma falta completamente desleal do brutamonte Otamendi. O lutador de UFC nem sequer foi expulso, enquanto o ponta brasileiro teve de continuar o jogo sangrando após a cotovelada absurda do zagueiro argentino na sua boca. Para piorar, ainda levantou o jogador brasileiro, que estava no chão, com dor, na marra, e ironizou depois, nas redes sociais: “só bola”.
Portanto, Raphinha tem ainda mais razão — nesse caso, pessoal — em afirmar, com todas as letras: “porrada neles!”.
Mas não somente isso. Esse deveria ser o espírito de toda a Seleção Brasileira ao enfrentar a seleção do país que, no futebol, jamais respeitou nossos cidadãos — chamados de “macacos” — ou nossos jogadores.
No entanto, a afirmação do camisa 11 da Seleção foi suficiente para que a imprensa pró-imperialista brasileira, inimiga do futebol nacional, iniciasse uma campanha chorona contra a afirmação. André Rizek, apresentador do Seleção Sportv (Globo), passou a segunda-feira chorando na televisão e nas redes sociais.
Baba-ovo do futebol argentino, Rizek afirmou: “o ‘troféu falta de noção e inteligência’ da semana tem dono e ninguém tasca: vai para o Raphinha, que resolveu provocar desse jeito os argentinos antes do jogo lá, na casa deles”.
Depois, declarou: “a polêmica idiota só serviu pro Raphinha ficar mal na fita, ser o herói de meia dúzia de abobalhados e, acima de tudo, valorizar o canal do Romário — o único que saiu ganhando alguma coisa com essa baboseira”.
Já o apresentador dos Donos da Bola (Band), Craque Neto, que depois de velho deu de virar moralista, destacou, já com meias-palavras:
“Se tem um cara que sempre elogiou o Romário, sou eu. Eu penso diferente que ele na política, e tá tudo bem. Mas numa entrevista dessa, o Romário está pensando na TV dele. Aí os meninos da Seleção têm ele como ídolo e acabam falando esse tipo de besteira. Eu sou fã incondicional do Romário e acho a TV dele muito legal, mas esse tipo de entrevista é muito desnecessária para o Raphinha e muito boa para o Romário. E não é boa para a Seleção Brasileira. Me desculpa, mas foi uma assessoria ridícula da CBF em relação a isso.”
Essas declarações, principalmente a de Rizek, comprovam o caráter absolutamente anti-Seleção da imprensa esportiva brasileira, que é a principal culpada de, em toda véspera de jogo contra a Argentina, sair do bueiro um bando de imbecis que dizem torcer pelos “hermanos” contra o nosso escrete.
Rizek, que posta fotos com camisa da Seleção Argentina, é, ao lado de Mauro Cezar Pereira, o “Maurinho”, o presidente da associação de lambe-botas do futebol argentino. Então, faz sentido.
Mas, para aqueles que concordaram com suas falas “comedidas”, lembrem-se que ele faz isso por interesses políticos contra a nossa Seleção. Por exemplo, quando Igor Serrote desceu a lenha nos argentinos no Sul-Americano Sub-20, Rizek foi a público fazer um show de críticas. Por outro lado, quando o Otamendi quase matou Raphinha, ele não falou absolutamente nada, nem sequer um videozinho para a Internet.
Os verdadeiros amantes do futebol nacional devem repudiar essas falas de imprensa pró-imperialista, isto é, anti-Brasil.
Para quem queria a volta do chamado “futebol raiz”, aí está! Raphinha deu a letra, estimulado pelo mais “raiz” dos jogadores nos últimos quarenta anos, o Baixinho. Nossos jogadores têm que entender, de uma vez por todas, e a última partida contra eles de certa forma já demonstrou que estão entendendo, que, contra os argentinos, o campo de futebol vira um coliseu. É guerra!
Para aqueles que acham que os argentinos, apenas agora, irão bater no Raphinha por que disse isso, saibam: bateriam de qualquer jeito, como sempre foi.
Que a declaração de Raphinha sirva como gasolina para estimular esse espírito nos outros jogadores. Chega de apanhar calados! Assim como fizeram as “Feras de João Saldanha”, antes da Copa de 1970, se baterem, temos que revidar à altura!
Na Copa América de 2021, por exemplo, Neymar foi caçado em campo, ao realizar uma das maiores atuações individuais de um jogador na História, sem que nenhum atleta brasileiro fosse tirar satisfação com os argentinos. Acabamos perdendo o título, mesmo tendo muito mais futebol do que eles.
Agora é hora de reverter essa situação.