A sexta edição do ranking Melhores Empresas Para Trabalhar™ GPTW LGBTI+, divulgada nesta terça-feira (24), com dados de 2024, reconheceu 22 companhias brasileiras com as melhores práticas de diversidade e inclusão para pessoas LGBTI+.
Participaram do processo 268 empresas com CNPJ no Brasil e pelo menos 30 funcionários. Entre as premiadas, estão grandes grupos dos setores de tecnologia, finanças, saúde e serviços.
Foram selecionadas:
2 empresas de pequeno porte
• Bistrô Comunicação
• Qiagen
10 empresas de médio porte
• Bristol Myers Squibb
• Instituto Atlântico
• Grupo Cataratas
• Livelo
• Global Fruit
• Mercado Eletrônico
• Ticket Serviços
• Sicoob Credicopa
• Zurich Santander Seguros
• Sofist
10 empresas de grande porte
• Accenture
• Accor
• EY
• Zurich Seguros
• Banco Pan
• Arcos Dorados (McDonald’s)
• Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública
• Capgemini Brasil
• Mondelez Brasil
• B3
Todas as premiadas têm estratégia específica para pessoas LGBTI+
Todas as empresas reconhecidas têm estratégias explícitas de Diversidade, Equidade, Inclusão e Pertencimento (DEI&P) voltadas para a população LGBTI+.
Além disso, 100% mantêm políticas antidiscriminatórias, canais anônimos de denúncia e registros atualizados sobre a diversidade da equipe.
Essas organizações também têm porta-vozes treinados para lidar com questões relacionadas à comunidade LGBTI+ e desenvolvem ações internas e externas voltadas ao tema.
Setores de finanças, tecnologia e saúde lideram ranking
O setor financeiro foi o mais representado, com sete empresas premiadas e nota média de 88 no Trust Index™.
O segmento de tecnologia da informação também teve destaque, com quatro empresas e índice médio semelhante. Na biotecnologia e farmacêutico, duas empresas atingiram média de 90.
Outros setores com empresas premiadas incluem serviços profissionais, manufatura, varejo, educação e entretenimento.
A maior parte das premiadas está concentrada no estado de São Paulo (16). Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Bahia e Ceará completam a lista.
Apoio concreto à inclusão de pessoas trans
As práticas de inclusão se refletem em ações concretas. Algumas empresas cobrem 100% dos custos da resignação sexual, como tireoplastia, mastectomia e reconstrução genital.
Há ainda subsídio para mudanças de nome nos documentos e adequações nos planos de saúde para não exigir identificação de gênero em exames médicos.
Em uma das empresas premiadas, a negociação com a operadora resultou na primeira cirurgia de redesignação totalmente coberta pelo plano corporativo em São Paulo.
Atualmente, essa companhia tem quase 50 pessoas trans no quadro de funcionários.
Lideranças LGBTI+ ainda são minoria nas empresas
Apesar dos avanços, apenas 12% das lideranças nas empresas premiadas são ocupadas por pessoas LGBTI+.
Nos cargos de diretoria e C-Level, esse número cai para 6%. Em conselhos de administração, é de apenas 1,73%.
As empresas de pequeno porte têm maior representatividade LGBTI+ na gestão (24%), seguidas pelas de médio porte (14%) e grandes empresas (8%).
Mentoria reversa aproxima lideranças da base
As organizações premiadas também apostam em mentorias reversas, que aproximam executivos de grupos minorizados como pessoas LGBTI+, negras, com deficiência e mulheres.
Nesses encontros, funcionários compartilham vivências diretamente com quem ocupa cargos de decisão. A prática busca ampliar a escuta ativa e transformar a cultura corporativa.
Feiras, eventos e contratação afirmativa fazem parte da agenda
Muitas das empresas do ranking mantêm parcerias com plataformas como a Transempregos e patrocinam eventos como a Feira Divers/A, voltada à empregabilidade da comunidade.
Além disso, atuam com vagas afirmativas ao longo do ano, investem em treinamentos e criam grupos de afinidade internos que articulam ações de conscientização e campanhas permanentes.
Ambiente seguro impacta permanência e inovação
O principal motivo citado por funcionários para permanecer nas empresas é a oportunidade de crescimento.
Contudo, o Índice de Velocidade da Inovação (IVR) mostra que a inovação perdeu força. Apenas 14% das empresas premiadas estão no estágio mais avançado. Em 2022, eram 35%.
O dado sinaliza que, mesmo com ambientes mais inclusivos, ainda há entraves que limitam a fluidez da inovação no dia a dia.
Inclusão vai além do mês do orgulho
As empresas reconhecidas realizam ações ao longo de todo o ano, como rodas de conversa, palestras com especialistas, patrocínio de eventos e ações de visibilidade.
Algumas iluminaram suas sedes com as cores da bandeira LGBTI+ ou participaram da Parada do Orgulho com estandes e distribuição de materiais.
Outras oferecem suporte jurídico e psicológico, subsídios para tratamentos e investem na formação contínua das equipes sobre SOGIESC (orientação sexual, identidade de gênero e características sexuais).
Essas práticas mostram que o reconhecimento do GPTW LGBTI+ é construído com base em ações permanentes, mensuráveis e comprometidas com transformação real.