O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou nesta segunda-feira 15 que o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) avalia a possibilidade de renunciar ao mandato apenas se conseguir asilo político nos Estados Unidos.
Em conversa com jornalistas em Brasília, o líder relatou ter conversado com Ramagem ao longo do dia e disse que o deputado considera uma eventual renúncia somente em 2026, caso o processo de asilo avance. A prioridade de Ramagem no momento seria a definição de sua situação migratória.
Sóstenes também afirmou que pretende trabalhar para impedir a aceleração do processo de cassação do mandato do aliado na Câmara. Ele defende que o caso siga o rito tradicional, com análise inicial pela Comissão de Constituição e Justiça, antes de qualquer deliberação em plenário. Para o líder, levar o tema diretamente à votação final representaria um tratamento desigual em relação a outros congressistas.
O deputado do PL disse ainda que pedirá ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que não paute a cassação nesta semana. Segundo Sóstenes, o PL entende ainda haver espaço para discutir o caso na Casa.
Fuga pela Guiana
Mais cedo, a Polícia Federal divulgou que Ramagem fugiu do Brasil por uma rota terrestre que passou pela Guiana, sem registro em postos oficiais de controle migratório e com apoio de uma rede de facilitadores.
Segundo a PF, Ramagem seguiu até Georgetown e, de lá, embarcou em voo comercial para Miami, nos Estados Unidos, utilizando um passaporte diplomático que já havia sido cancelado, mas que não constava como inválido nos sistemas internacionais.
No último sábado 13, a PF prendeu em Manaus Celso Rodrigo de Mello, apontado como um dos envolvidos no auxílio à saída de Ramagem do País. A prisão foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF.