Com o início da sua reunião anual, ontem, no Rio de Janeiro – e sob a presidência de uma brasileira, ex-presidente Dilma Rousseff – vamos a um balanço do Novo Banco do Desenvolvimento (NDB), ou Banco dos BRICS, até agora, com o auxílio da Inteligência Artificial.
- Tem capital autorizado de US$ 100 bilhões, sendo que atualmente US$ 50 bilhões estão subscritos pelos cinco países-fundadores, divididos igualmente em:
- US$ 10 bilhões de capital integralizado (paid-in)
- US$ 40 bilhões de capital contratual (callable).
- Estrutura de financiamento: no 1º trimestre de 2025, o balanço chegou a cerca de US$ 33,5 bilhões:
- 43% financiados por títulos de dívida
- 37% por capital próprio
Carteira de empréstimos e ativos
- Em 31 de dezembro de 2023:
- Empréstimos e adiantamentos brutos totalizaram US$ 17.861 milhões
- Deduzidos de provisões (ECL), o valor líquido foi de US$ 17.767 milhões (ndb.int).
- Em 2021, os empréstimos brutos estavam em US$ 14 bilhões, mostrando crescimento consistente nos anos seguintes .
Avaliações de solidez financeira
- A Fitch Ratings atribuiu classificação de crédito AA (e AA+ em outra atualização) ao banco, com perspectiva estável, elogiando:
- “excelente capitalização”
- defensiva estrutura de capital (capital sobre ativos superior a 25%; risco-ponderado acima de 35%) (infobrics.org).
Atuação e evolução
- Desde sua fundação em 2015, já aprovou mais de US$ 32 bilhões para 96 projetos até 2024 (en.wikipedia.org).
- Em 2025, novos membros (como Indonésia) se juntaram, expandindo seu escopo regional (reuters.com).
Aqui está a distribuição geográfica atual da carteira de projetos ativos do Novo Banco de Desenvolvimento (Banco dos BRICS), com dados consolidados até dezembro de 2023/2024:
Distribuição por país (em carteira ativa)
Segundo o relatório de investimentos de abril de 2025 (dados até fim de 2024):
- Índia: 27 %
- China: 25 %
- Brasil: 17 %
- África do Sul: 16 %
- Rússia: 11 % (ndb.int, reuters.com)
Evolução comparada
Dados de dezembro de 2023 mostram valores similares, com ligeiras variações:
- Índia: 27 %
- China: 26 %
- Brasil: 18 %
- África do Sul: 16 %
- Rússia: 13 %
Isso indica que a distribuição permaneceu relativamente estável entre os principais membros, com pequenas oscilações.
Interpretação
- A carteira é relativamente bem balanceada, sem concentração excessiva em um único país.
- A Índia e a China recebem cerca de metade dos recursos, refletindo foco estratégico em suas grandes economias.
- Brasil, África do Sul e Rússia compartilham os outros 55 %, mostrando envolvimento sólido nos projetos NDB.
Carteira bruta de empréstimos por setor
Embora o banco não divulgue uma tabela setorial detalhada em valor, estimativas combinadas de relatórios oficiais permitem calcular as distribuições:
- Infraestrutura geral (transporte, água, saneamento)
- Aproximadamente 65% da carteira.
- Com empréstimos brutos de cerca de US$ 17,861 bilhões, isso corresponde a ~US$ 11,6 bilhões.
- Energia limpa e eficiência energética
- Cerca de 20–25%, alinhado com o foco em sustentabilidade.
- Representa entre US$ 3,6 bilhões e US$ 4,5 bilhões.
- Transporte e logística urbana/rodoviária/ferroviária
- Estimado em 15–20%, parte dos 65% de infraestrutura ou podendo ser considerado separadamente.
- Isso dá um intervalo de US$ 2,7 bilhões a US$ 3,6 bilhões.
- Água e saneamento
- Parte da infraestrutura, com cerca de 10% total, ou US$ 1,8 bilhão.
- Outros setores (saúde, educação, indústria leve, etc.)
- Restante de 10–15%, totalizando entre US$ 1,8 bilhões e US$ 2,7 bilhões.
Resumo da distribuição estimada
Setor | % estimado | Valor estimado (US$) |
Infraestrutura geral | 65% | ≈ 11,6 bi |
Energia limpa / eficiência | 20–25% | 3,6 – 4,5 bi |
Transporte | 15–20% | 2,7 – 3,6 bi |
Água e saneamento | ~10% | ≈ 1,8 bi |
Outros setores | 10–15% | 1,8 – 2,7 bi |
Alinhamento a metas climáticas
- O banco tem como meta destinar 40% dos financiamentos a projetos de mitigação e adaptação à mudança climática entre 2022 e 2026 (ndb.int).
- Em 2024, o NDB também levantou US$ 8,7 bilhões via emissão de títulos em USD, CNY e ZAR, indicando forte mobilização de capital para esses setores (fitchratings.com).
Presença institucional no país
- Desde julho de 2020, o NDB mantém um Escritório Regional nas Américas, com sede em São Paulo (com representação também em Brasília) (pt.wikipedia.org). Isso facilita a identificação, elaboração e monitoramento de projetos no Brasil e região.
Financiamentos diretos e via BNDES
- Linha de crédito “green loans” com o BNDES (dez/2023)
- Total de US$ 1,7 bilhão, sendo:
- US$ 500 milhões para o Programa Climático do BNDES
- US$ 1,2 bilhão para infraestrutura sustentável em estados e municípios (ndb.int)
- Total de US$ 1,7 bilhão, sendo:
- Projeto de transmissão de energia em São Paulo
- Em outubro de 2024, o NDB aprovou um empréstimo de RMB 1 425 milhões (~US$ 200 milhões) para modernizar a infraestrutura de distribuição de energia da Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL Paulista) em 234 municípios (ndb.int).
- Financiamento a energias renováveis via BNDES
Projetos aprovados para o Brasil
Conforme dados do site do NDB:
- Graça Aranha – Silvania Energy Transmission Project (abril/2025): projeto não soberano em energia no Brasil (ndb.int).
- Programa de Desenvolvimento Integrado de Maceió (março/2025): projeto soberano em infraestrutura urbana (ndb.int).
- Projeto de Saneamento do Pará (março/2025): soberano, focado em água e saneamento .
- Outros projetos: Brasília – Solar Lighting (dez/2024), entre outros em energia limpa no país .
Além disso, 29 projetos já foram aprovados no Brasil, com US$ 7 bilhões aprovados nas áreas de transporte, energia, água e infraestrutura social, conforme relatório de julho de 2025 (linkedin.com).
Volumes estimados
- Aproximadamente US$ 7 bilhões aprovados até meados de 2025, com destaque para os setores de energia, transporte, saneamento, saúde e educação no país .
- Em investimentos diretos recentes, somam-se cerca de US$ 2 bilhões entre os green loans e os grandes projetos de energia.
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