Há uma semana veio a público um dado que ainda ecoa no silêncio institucional: o contrato do escritório de Viviane Barci (foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil), mulher do ministro Alexandre de Moraes, com o Banco Master. O valor assusta menos pelo tamanho do que pelo mutismo que provocou. Foram R$ 129 milhões em três anos — média de R$ 3,6 milhões por mês. Desse total, R$ 79 milhões já pagos para atuar junto a órgãos centrais do Estado: Judiciário, Ministério Público, Polícia Federal, Banco Central, Receita, Procuradoria Geral da Fazenda Nacional e Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Desde então, nada.
Nem o escritório Barci de Moraes Sociedade de Advogados, nem o ministro deram qualquer explicação pública. O silêncio, nesse caso, fala alto. Não se trata de presunção de culpa, mas de dever de esclarecimento. Em instituições que vivem de autoridade moral, a falta de resposta corrói mais que a denúncia.