Homens armados fazem suposta vistoria na rua em que vítima da PM mora. Foto: reprodução

Parentes do jovem jogado de uma ponte por um PM afirmaram que os os homens armados na rua em que eles moram estavam lá “para terminar o serviço”. Câmeras de segurança gravaram supostos policiais com roupas civis e fuzis em um carro preto no bairro de Americanópolis, em São Paulo, possivelmente procurando pelo motociclista que foi vítima da agressão no último domingo (1º).

“Vieram para terminar o serviço [e matar o jovem]. Ele ainda está com a testa machucada por causa da queda e muito assustado, ainda mais depois de saber que ‘os polícia’ [sic] veio atrás dele aqui. Ele foi jogado de uma ponte e só não morreu porque Deus não quis, porque não era a hora dele”, disse a parente em entrevista ao Uol.

As imagens de câmeras de segurança divulgadas pelo portal “Metrópoles” mostram os agentes descendo de um carro com coletes à prova de bala, enquanto exibiam uma foto do jovem a moradores e perguntavam sobre seu paradeiro.

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) confirmou que os homens eram da Corregedoria da PM e que a ação fazia parte da investigação do caso, mesmo a abordagem acontecendo durante a madrugada de quarta-feira (4).

A família da vítima, que sobreviveu à queda da ponte, relatou que o jovem, um motoboy sem antecedentes criminais, teve que abandonar sua casa por medo de represálias.

Outro morador confirmou o temor da comunidade com a presença de policiais armados. “Mostraram a foto dele e perguntaram: ‘Você conhece esse cara?’. Agora, ninguém tem coragem de ficar na rua”, disse ele.

A vítima foi perseguida por policiais em motocicletas após ser abordada em Diadema enquanto conduzia uma moto sem placa. A perseguição terminou na Cidade Ademar, onde foi arremessado da ponte e, segundo testemunhas, impedido de receber ajuda de moradores que tentaram socorrê-lo.

Luan Felipe Alves Pereira, o soldado que jogou o jovem da ponte, foi preso na quinta-feira (5) e está no presídio militar. Outros 12 policiais foram afastados e levados à Corregedoria da PM. O

governador Tarcísio de Freitas afirmou que Pereira será expulso da corporação e prometeu medidas para reforçar o uso de câmeras corporais nas fardas, admitindo ter mudado de opinião sobre o equipamento.

“Ele vai ser expulso da corporação, não tenho dúvida disso”, disse Tarcísio, que defendeu a permanência de Guilherme Derrite como secretário da Segurança Pública, apesar da recente escalada de casos de violência policial no estado.

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Last Update: 06/12/2024