Soluções tecnológicas otimizam comércio exterior e reduzem riscos fiscais
O avanço da inteligência artificial no comércio exterior brasileiro tem transformado processos antes burocráticos em operações mais ágeis, econômicas e seguras.
Combinando tecnologia e expertise tributária, empresas conseguem acelerar etapas como a classificação fiscal de mercadorias, um dos pontos mais críticos da cadeia de importação.
Segundo a Becomex, especializada em soluções tarifárias e fiscais, o uso de inteligência artificial permite reduzir em até 83% o tempo médio de classificação fiscal, com acurácia superior a 96%.
Esse ganho de eficiência é extremamente importante diante de um cenário regulatório complexo, onde 18% das irregularidades apontadas pela Receita Federal em 2023 estavam relacionadas a erros de classificação.
Ex-tarifário impulsiona competitividade da indústria nacional
Além de reduzir riscos fiscais, a inteligência tarifária é cada vez mais usada para potencializar regimes como o ex-tarifário.
O mecanismo, que isenta temporariamente de impostos a importação de bens de capital, informática e telecomunicação sem produção nacional equivalente, é considerado um dos principais instrumentos de estímulo à indústria.
Recentemente, o governo anunciou medidas para agilizar esse processo.
Entre as mudanças está a redução da consulta pública de 30 para 20 dias e a análise da Receita Federal passando a ocorrer apenas no desembaraço aduaneiro, o que deve cortar pela metade o tempo de aprovação dos pedidos.
Também foi ampliado o escopo do regime: agora, produtos sem similar nacional competitivo em preço, prazo ou produtividade também poderão obter a tarifa zero.
Essa medida visa evitar que a indústria brasileira fique dependente de fornecedores com condições desfavoráveis.
IA automatiza classificação e acelera liberação de bens
A adesão ao ex-tarifário exige precisão na classificação fiscal dos produtos — ponto em que a inteligência artificial tem se mostrado decisiva.
Plataformas como a Diana, desenvolvida pela Becomex, automatizam a análise de código NCM e ajudam empresas a reduzirem erros que poderiam levar à retenção de cargas ou ao pagamento indevido de impostos.
“A automação é essencial para lidar com o volume crescente de operações, mas a supervisão humana continua indispensável”, explica Joelson Feldhaus, diretor de Tax Compliance da Becomex.
Estudos apontam que cerca de 30% das mercadorias comercializadas internacionalmente estão em zonas cinzentas da classificação.
Por isso, o modelo híbrido — que combina IA para casos rotineiros e revisão humana para operações complexas — é considerado o mais eficaz.
Essa abordagem segue recomendações da Organização Mundial das Aduanas, que defende o uso de sistemas inteligentes sem abrir mão da segurança fiscal.
Plataforma integra dados e amplia visão estratégica
Com foco na integração da cadeia produtiva, a Becomex lançou a plataforma Beconnect, que oferece aos clientes um panorama completo das operações tributárias, de custo e de performance.
A ferramenta reúne mais de 150 fontes de dados atualizados diariamente e permite uma visão em tempo real da estrutura fiscal e operacional das empresas.
Segundo Rogério Borili, vice-presidente de tecnologia e inovação da Becomex, a plataforma facilita a tomada de decisão estratégica, mapeia oportunidades e elimina gargalos.
“A Beconnect permite visualizar toda a cadeia e tomar decisões com base em informações consistentes. Isso reduz custos, melhora fluxo de caixa e favorece a sustentabilidade dos negócios”, afirma.
A tecnologia também permite monetizar créditos fiscais, prever lead time e avaliar impactos regulatórios com mais precisão.
Desde a aquisição da Narwal, em 2023, a Becomex reforçou os investimentos em inovação para atender grandes grupos econômicos.
A meta é alcançar R$ 500 milhões em receita bruta até 2027, com apoio de ferramentas que ampliam a transparência entre os elos da cadeia produtiva.
Inteligência tarifária é aliada da indústria brasileira
Com mais de mil clientes em 40 segmentos, a Becomex aposta na combinação entre inteligência artificial, automação e especialização tributária como diferencial para destravar valor na operação das empresas.
Em um país que ocupa a 124ª posição no ranking de facilidade para o comércio exterior, segundo o Banco Mundial, ferramentas como a Beconnect e a Diana representam um passo importante para desburocratizar e modernizar o setor.
A adoção dessas soluções não apenas reduz erros e riscos fiscais, como também acelera o acesso a regimes como o ex-tarifário, tornando a indústria brasileira mais competitiva em um cenário global cada vez mais exigente.
