O ex-presidente do Estado sionista, Shimon Peres, teve uma carreira política de sete décadas, percorrendo toda a estrutura de poder do enclave imperialista. Apresentando-se no espectro político da centro-esquerda e do centro, sendo propagandeado pela imprensa imperialista como “o rosto amável de ‘Israel’”, Peres foi o último dos fundadores do Estado de “Israel” a falecer, em 2016.

Peres foi um político e diplomata israelense de relevante trajetória, chegando a ocupar o cargo de primeiro-ministro de “Israel” nos períodos de 1984 a 1986 e de 1995 a 1996, e presidente de “Israel” de 2007 até 2014. Também exerceu as funções de Ministro das Relações Exteriores, Ministro das Comunicações, Ministro do Interior e Ministro do Desenvolvimento do Negev e da Galileia.

Sua família imigrou para a região durante o Mandato Britânico, sendo ele co-fundador do Partido Trabalhista israelense, conhecido em seu país como Ha-Avoda, em 1968. Em 2005, Peres desligou-se oficialmente do Ha-Avoda para ingressar no Partido Kadima.

Foi pelo Kadima que, em 2007, Peres, após uma segunda votação no Knesset, conseguiu ser eleito presidente. Na primeira votação, Peres obteve apenas 58 votos, sendo necessário o apoio e a retirada de candidatura de Reuven Rivlin, do Likud (37 votos), e de Colette Avital, do Partido Trabalhista (21 votos), para superar o mínimo de 61 votos.

Um exemplo de sionista

Como exemplo dos sionistas, Peres nasceu como Szymon Perski, em 2 de agosto de 1923, na vila de Wiszniew, então na Polônia, hoje Belarus. Uma origem tão distante da etnia semita quanto o próprio nome hebraico que adotou.

Essa é uma característica comum entre os lacaios do sionismo: não terem nada em comum com os judeus que habitaram a região no passado. Um bom exemplo disso é Benjamin Netaniahu, cuja família, vinda de Varsóvia, tinha originalmente o sobrenome Mileikowsky, condizente com a região. Após se estabelecer na Palestina, o seu avô sionista adotou o sobrenome Netaniahu.

É quase absoluta a ascendência da Europa Ocidental entre os asquenazis, algo que se reflete no fenótipo dessa população. O problema está no esforço dos políticos sionistas para adulterarem a realidade, em uma tentativa de estelionato político.

Prêmio Nobel da Paz

Em 1996, Shimon Peres dividiu o Nobel da Paz com Yitzhak Rabin e Yasser Arafat, pelos Acordos de Oslo, sendo os principais agentes para a sua realização.

No ano de 1993, as conversações em Madrid não avançavam; entretanto, Yossi Beilin relatou a Peres a existência de negociações com a Organização para a Libertação da Palestina (OLP). Em setembro do mesmo ano, celebrava-se o Acordo de Paz de Oslo na Casa Branca.

Ainda em 1993, Peres publicou um livro intitulado O Novo Oriente Médio, no qual expõe sua visão sobre o futuro do Oriente Médio. Essa visão, criticada pela direita sionista, todavia desempenhou um papel essencial para o sionismo, cooptando e corrompendo parte da OLP.

“Refinado diplomata”

Definido por Juan Carlos Sanz como um “refinado diplomata” e “negociador de lábia floreada”, Peres intermediou a compra do primeiro reator nuclear de “Israel” (1959). As negociações ocorreram com Charles André Joseph Marie de Gaulle, atestando suas orientações e relações políticas.

No mesmo texto, Sanz expõe que “Peres já comprava armas para o Haganá, o embrião das chamadas Forças de Defesa de Israel”. Ele está correto em sua afirmação, pois o Haganá se fundiu com o Irgun e o Lehi — este último, declaradamente fascista — formando as forças de ocupação.

O sionista colecionou honrarias, como o Título de Cidadão Honorário de Brasília, concedido em 10/11/2009, durante uma sessão solene da Câmara Legislativa, proposta pelos deputados Benedito Domingos (PP), Leonardo Prudente (DEM), Brunelli (PSC) e Bispo Renato Andrade (PR).

Esse bastião da moralidade sionista foi denunciado no veículo de comunicação israelense Haaretz. A denúncia de abuso sexual partiu da ex-parlamentar e ex-diplomata de “Israel”, Avital, a mesma que em 2007 abdicou da candidatura em favor de Peres, alegando que tais abusos teriam ocorrido em duas ocasiões.

Entretanto, essa denúncia apenas encobre a realidade: Peres foi um defensor irremediável da punição coletiva e da brutalidade militar, exemplo da decadência humana. Ele cometeu os mais variados crimes de guerra sob a justificativa de que “a primeira prioridade é preservar Israel como um estado judeu”.

Campanha sionista

A propaganda da imprensa imperialista em defesa do sionismo “bom” é gigantesca e variada. Tamanho é o esforço que existe até um documentário na Netflix intitulado Nunca Deixe de Sonhar: A Vida e o Legado de Shimon Peres.

A sinopse deste documentário indica a orientação da produção: “Na política, todos buscam o poder. Shimon Peres buscou a paz. Sua influência e integridade foram essenciais para a fundação e a preservação de Israel.”

É apresentada uma realidade em que uma hiena passa por um leão herbívoro. A questão é que se oculta a degradação da humanidade pelo imperialismo, consolidada no sionismo. Como toda campanha imperialista, há uma inversão de valores: o decrepito reluz, enquanto a luta pela sobrevivência da Resistência é difamada.

Categorized in:

Governo Lula,

Last Update: 06/02/2025