
Maior fotógrafo do Brasil e um dos mais importantes do mundo na área, Sebastião Salgado (81) morreu nesta sexta (23). O artista vivia em Paris, na França, e enfrentava complicações relacionadas a uma infecção por malária desde os anos 1990. O óbito foi confirmado pelo Instituto Terra, ONG fundada pelo fotógrafo.
Nascido em 1944 na cidade de Aimorés (MG), Sebastião Ribeiro Salgado Júnior ganhou fama com suas fotos em preto e branco que abordam questões sociais, econômicas e ambientais em todo o mundo, com registros que retratam temas como cuidado com a vida humana, natureza e trabalho.

O artista percorreu mais de 120 países, com projetos marcados na história da arte, como “Gênesis” e “Êxodos”. “Um fotógrafo tem o privilégio de estar onde as coisas acontecem (…). Tenho sido um emissário da sociedade da qual faço parte”, disse ele em uma exposição sobre seus 50 anos de carreira na Somerset House, em Londres, na Inglaterra, em 2024.
“Só me falta morrer agora. Tenho 50 anos de carreira e completei 80 anos. Estou mais perto da morte do que de outra coisa. Uma pessoa vive no máximo 90 anos. Então, não estou longe, mas continuo fotografando, continuo trabalhando, continuo fazendo as coisas da mesma forma”, prosseguiu na ocasião.

Formado em economia, Salgado descobriu sua paixão, a fotografia, em 1973. Ele também se tornou um grande ativista contra a pobreza, a guerra e o desmatamento, fundando, em 1998, ao lado de sua esposa, Leila, o Instituto Terra, que luta pelo reflorestamento da Amazônia brasileira.
Seu trabalho foi protagonista de diversas exposições ao redor do mundo e fez parte de projetos editoriais, como o livro “Outras Américas”, de 1986, que retrata a pobreza da América Latina. Outro projeto grandioso é a série “Trabalhadores”, em que fotografou pessoas que faziam trabalhos manuais em diversos países, entre 1986 e 1992.

Embaixador da Boa Vontade do Unicef, Salgado foi reconhecido com diversos prêmios ao longo da carreira e ainda era membro honorário estrangeiro da Academia de Artes e Ciências dos Estados Unidos desde 1992 e da Academia de Belas-Artes de Paris pertencente ao Institut de France desde abril de 2016. Veja a lista de honrarias:
- Prêmio Príncipe de Astúrias das Artes
- Prêmio Eugene Smith de Fotografia Humanitária.
- Prêmio World Press Photo
- The Maine Photographic Workshop ao melhor livro foto-documental.
- Eleito membro honorário da Academia de Artes e Ciências dos Estados Unidos
- Prêmio pela publicação do livro Trabalhadores.
- Medalha da Inconfidência.
- Medalha de prata Art Directors Oub nos Estados Unidos.
- Prêmio Overseas Press Oub oí America.
- Alfred Eisenstaedt Award pela Magazine Photography.
- Prêmio Unesco categoria cultural no Brasil.
- 40º Prêmio Jabuti de Literatura: categoria reportagem
- Prêmio Muriqui
- Doutoramento Honoris Causa pela Universidade Federal do Espírito Santo
- Doutoramento Honoris Causa pela Universidade Federal do Acre
- Prêmio da Paz do Comércio Livreiro Alemão
- Doutoramento Honoris Causa pela Universidade de Harvard
- Praemium Imperiale