Samir Xaud é o novo presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Candidato único na disputa, ele foi confirmado no cargo neste domingo 25, em assembleia realizada no Rio de Janeiro. Seu mandato vai até 2029.
No comando da CBF, terá como principal desafio recuperar a imagem da entidade após décadas de escândalos que levaram ao afastamento dos últimos presidentes. O ‘império’ mais recente a ruir foi o de Ednaldo Rodrigues, que estava na Presidência da CBF desde 2021. O cartola deixou o posto por ordem judicial.
Xaud, logo após ser eleito, disse que a situação de ingerência na entidade iria mudar com a sua chegada. Pouco depois, porém, fez fortes acenos a Rodrigues, a quem agradeceu a dedicação e reconheceu um suposto bom legado. “As conquistas de sua gestão são patrimônio do futebol brasileiro e merecem ser respeitadas e preservadas.”
Quem é Samir Xaud
Até então um desconhecido no futebol brasileiro, Xaud foi alçado ao posto graças ao trabalho realizado pelo pai, José Gama Xaud – o Zeca Xaud -, cartola que comanda a Federação de Futebol de Roraima há 42 anos. O filho Samir, convém registrar, tem apenas 41 anos de idade.
O agora presidente da CBF era vice do pai nos últimos anos e se preparava para assumir o posto mais alto na Federação roraimense em 2027, em uma ensaiada troca de poder dentro da mesma família. O estado, vale lembrar, há décadas não tem times com resultados de destaque no futebol nacional.
Sua experiência no futebol é pouca, além de auxiliar o pai, o novo presidente da CBF é médico especialista em infectologia e medicina esportiva. Outra ligação com o esporte está na sua atuação como empresário do ramo fitness.
Na carreira como gestor, dirigiu um hospital público em Roraima e fez cursos de gestão na Federação Paulista de Futebol.
Antes de ocupar a cadeira de vice do pai e agora ser eleito presidente da CBF, Xaud tentou carreira na política, em 2018 e 2022. Acumula, nesta fase da vida, dois fracassos ao tentar se tornar deputado estadual. No seu melhor resultado, recebeu votos suficientes para entrar na lista de suplentes do MDB.
Processo por improbidade administrativa
Xaud, assim como seus antecessores, chega ao comando da CBF sob a mira da Justiça: ele é alvo, segundo revelou o jornal O Estado de S. Paulo, de um processo por improbidade administrativa. A ação trata da sua passagem como diretor do Hospital Geral de Roraima e tem como base apurações do Tribunal de Contas e acusações feitas pelo Ministério Público.
De acordo com a publicação, Xaud teria participado da falsificação de documentos para beneficiar uma empresa local. O esquema teria causado um prejuízo de 1,4 milhão de reais aos cofres públicos. A defesa do novo presidente da CBF negou participação na fraude e disse que a inocência do cartola será comprovada em um momento oportuno.
Outra suspeita de ilegalidade que aparece na ficha do novo ‘chefão’ do futebol brasileiro é ambiental: Xaud, segundo registros, tenta regularizar uma fazenda com terras que ultrapassam os limites de proteção ambiental em Roraima. Os advogados, em nota distribuída a veículos de imprensa, negaram envolvimento do presidente da CBF na disputa fundiária.