O empresário Breno Barbosa Chaves Pinto, de 38 anos, segundo suplente do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), tornou-se um dos principais alvos da Operação Route 156, deflagrada nesta terça-feira 22 pela Polícia Federal em conjunto com a Controladoria-Geral da União. A ação investiga um esquema de fraudes em licitações públicas e desvio de recursos no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), no Amapá.

Natural de Imperatriz (MA), Breno é sócio da empreiteira LB Construções, uma das empresas favorecidas por contratos com o DNIT. Ele também mantém vínculos com outras companhias contratadas pela Codevasf, estatal ligada ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional.

Segundo a PF, o grupo criminoso atuava na Superintendência Regional do DNIT no Amapá e fraudava licitações por meio de direcionamento de pregões eletrônicos, propostas fictícias e cláusulas restritivas que inviabilizavam a concorrência. Pelo menos quatro processos licitatórios realizados em 2024 estão sob investigação. Os contratos suspeitos somam mais de 60 milhões de reais, dos quais 32 milhões já foram pagos com recursos da União.

Breno é citado como o “líder do núcleo privado” da suposta organização criminosa, com forte influência sobre decisões internas do DNIT/AP. Segundo a Justiça Federal, mensagens trocadas com o então superintendente do órgão, Marcelo Vieira Linhares, indicam que Breno se utilizava de proximidade com Alcolumbre para liberar verbas públicas. Uma dessas mensagens, de outubro de 2023, mostra agradecimento por um aumento de repasses de 30 milhões de reais para 58 milhões, atribuídos às “tratativas do nosso senador”.

Apesar disso, a PF e o Ministério Público Federal descartam qualquer envolvimento direto de Alcolumbre, que não é investigado. A Justiça entendeu que não há indícios de crime cometido pelo congressista nem motivo para foro privilegiado.

Durante o cumprimento dos 11 mandados de busca e apreensão em quatro estados – Amapá, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Amazonas – a PF apreendeu três veículos da da marca Porsche, joias, relógios, 13 obras de arte (algumas atribuídas a Portinari e Guignard), além de armas de fogo e cerca de 250 munições em endereços ligados a Breno, que é registrado como CAC.

Além da busca, a Justiça determinou o bloqueio de 8 milhões de reais em bens dos investigados.

Categorized in:

Governo Lula,

Last Update: 22/07/2025