
Com a prisão do ex-presidente Fernando Collor nesta sexta (25), Jair Bolsonaro pode ser a 10ª pessoa a ocupar o cargo e ir para a cadeia. Réu por tentativa de golpe de Estado junto de sete aliados, ele será julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e pode ser condenado a até 39 anos.
Collor foi sentenciado, em 2023, a 8 anos e 10 meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro em um esquema na BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras. A ordem veio do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
Collor vai cumprir pena em ala uma especial do Presídio Baldomero Cavalcanti Oliveira, em Maceió (AL).
Os ex-presidentes que já foram presos
Temer

Detido pela operação Lava Jato do Rio de Janeiro em março de 2019, Michel Temer (MDB) foi citado pelo delator José Antunes Sobrinho, dono da Engevix, que confessou ter repassado R$ 1,1 milhão em propina a Coronel Lima, militar amigo do ex-mandatário.
Ele foi solto em 25 de março por decisão do desembargador Antonio Ivan Athié, mas voltou a ser preso em 8 de maio daquele mesmo ano por ordem do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2). No dia 14, foi liberado novamente pela Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Lula

Em abril de 2018, Lula, então ex-presidente, foi preso injustamente em Curitiba (PR). Condenado a 12 anos e 1 mês de prisão à época, ele foi solto depois de 580 dias, em 8 de novembro de 2019 após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
Todas as condenações do petista foram anuladas em março de 2021 após a Corte considerar que elas foram aplicadas por um tribunal que não tinha competência para julgar seu caso. Em abril do ano seguinte, o Comitê de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) afirmou que houve parcialidade do ex-juiz Sergio Moro, hoje senador do União Brasil, nos processos contra o petista.
Jânio

Jânio Quadros, que perdeu os direitos políticos após o golpe militar de 1964, não foi oficialmente preso, mas condenado ao confinamento em Corumbá (MS) por 120 dias em julho de 1968. Naquele ano, ele fez críticas ao regime durante entrevista.
A cidade foi escolhida pelo Exército para manter Quadros durante o período. Ele era vigiado por dois policiais federais que passavam 24 horas no local.
Juscelino

Presidente do Brasil entre 1956 e 1961, Juscelino Kubitschek foi acusado de corrupção e aliança com comunistas após o golpe militar de 1964.
Três anos depois, participou da Frente Ampla pela volta da democracia, mas acabou sendo levado à prisão, onde permaneceu por alguns dias, até ser conduzido para seu apartamento, onde cumpriu um período de regime domiciliar.
Café Filho

João Fernandes Café Filho era vice-presidente quando Getúlio Vargas, então chefe de Estado, cometeu suicídio, em 1954. Ele assumiu o posto por um ano e teve que se afastar do cargo após sofrer um ataque cardíaco.
Quando estava prestes a voltar à presidência, Café Filho foi cercado por um grupo militar em seu apartamento e permaneceu preso em seu apartamento até que sua renúncia fosse confirmada pelo STF.
Artur Bernardes

12º presidente do Brasil, Artur Bernardes enfrentou forte oposição ao ser eleito, em 1922. Dez anos depois, já como ex-presidente, foi um dos apoiadores da Revolução Constitucionalista, em São Paulo, que tentava acabar com o governo de Getúlio Vargas.
Ele foi preso em setembro de 1932 e partiu para o exílio em Portugal logo depois, passando um ano e meio no país.
Washington Luiz

Washington Luiz, último presidente da República Velha, foi preso no Forte de Copacabana em 1930 e levado para exílio na Europa. Ele nunca mais atuou na política após a detenção.
Marechal Hermes da Fonseca

O Marechal Hermes da Fonseca foi o 8º presidente da República (1910 a 1914) e teve a prisão decretada em 1922, oito anos após deixar o cargo, pelo então mandatário: Epitácio Pessoa. Sua detenção foi motivada por uma crítica à intervenção federal que ocorria em Pernambuco na ocasião.
Conheça as redes sociais do DCM:
Facebook: https://www.facebook.com/diariodocentrodomundo
Threads: https://www.threads.net/@dcm_on_line