
O jogador de futebol Wendel Cristian Conceição Wanderley, de 21 anos, conhecido por sua atuação em clubes tradicionais do Amapá, está entre as sete vítimas fatais de uma ação da Polícia Militar ocorrida na madrugada deste domingo (5), no bairro Pantanal, Zona Norte de Macapá. O caso, que envolve suspeitas de uso excessivo da força, está sendo investigado pela Polícia Civil do Estado.
Wendel Cristian passou por equipes como Trem, EC Macapá e Ypiranga Clube, onde disputou campeonatos como a Copa do Brasil Sub-17 e o Campeonato Amapaense Sub-20. Em 2023, conquistou o título estadual da categoria sub-20 pelo Macapá, e em 2024 vestiu a camisa do Ypiranga na primeira divisão.
As circunstâncias da morte do atleta geraram comoção e indignação nas redes sociais e entre instituições. Em nota, o Ypiranga Clube lamentou a “morte trágica, precoce e com requintes de crueldade”, enquanto o EC Macapá decretou luto oficial e suspendeu os treinos desta segunda-feira (6).
Amigos e familiares também se manifestaram online, destacando que Wendel era trabalhador, acadêmico de Educação Física e não tinha antecedentes criminais. “A polícia matou um jovem que não tinha uma passagem na polícia, era trabalhador e jogador de futebol”, escreveu um internauta.
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Segundo a Secretaria de Justiça e Segurança Pública do Amapá (Sejusp), a ação ocorreu após uma denúncia de que indivíduos armados estavam em um carro semelhante ao veículo alvejado — um Onix Plus branco. Os policiais alegaram ter sido recebidos a tiros e responderam à “injusta agressão”, resultando na morte de sete pessoas e na apreensão de armas, drogas e dinheiro.
A versão oficial, no entanto, é contestada por testemunhas que afirmam que os jovens estavam voltando de uma partida de futebol e não houve confronto. Entre as vítimas também está um adolescente de 14 anos, Max Dias Toloza.
O governador do estado, Clécio Luís (Solidariedade), determinou o afastamento dos nove policiais militares envolvidos e cobrou apuração rigorosa dos fatos. “Agiremos com firmeza e responsabilidade para que tudo seja devidamente esclarecido”, declarou o chefe do Executivo estadual.
A OAB-AP (Ordem dos Advogados do Brasil no Amapá) também se pronunciou após uma advogada, que acompanhava o caso no local, ter sido presa e algemada. A entidade criticou o que classificou como abuso de autoridade e cobrou respeito às prerrogativas da profissão.
Além de Wendel Cristian e Max Toloza, foram identificadas as vítimas Erick Marlon Pimentel Ferreira, Thiago Cardoso da Fonseca, Emanuel Brayan Pimentel Ferreira, Wesley Jhonata Monteiro Ribeiro e Cleiton Ramon da Silva Pereira.
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