
O senador e candidato presidencial colombiano de extrema-direita, Miguel Uribe Turbay, de 39 anos, foi baleado durante um evento em Bogotá, neste sábado (7). O estado de saúde do político é considerado delicado.
O político realizava um evento de campanha em um parque público no bairro de Fontibón, região próxima ao Aeroporto Internacional El Dorado, na capital, quando “sujeitos armados atiraram em suas costas”. Imagens que circulam nas redes sociais mostram Miguel Uribe com a cabeça e as costas cobertas de sangue.
Quem é Miguel Uribe?
Nascido em 28 de janeiro de 1986, em Bogotá, Uribe faz parte do Centro Democrático, partido liderado pelo ex-presidente de direita Álvaro Uribe. Ele é neto do ex-presidente Julio César Turbay Ayala, que governou a Colômbia de 1978 a 1982.
É a figura que representa o papel da extrema direita colombiana, em defesa do liberalismo e, como Bolsonaro no Brasil, críticas ostensivas a qualquer política progressista e com teor social.
Fustiga o tempo todo o presidente Gustavo Petro.
Já compartilhou imagens em suas redes sociais que retratam a esquerda como inimiga da liberdade, alinhando-se com uma narrativa anticomunista e antissocialista. Esse tipo de discurso é característico de movimentos de extrema direita na América Latina, visto não só no Brasil como na Argentina, liderada pelo presidente Javier Milei.
Este es el momento exacto en el que Miguel Uribe Turbay, el candidato presidencial colombiano, ha recibido los disparos en la cabeza de un sicario. pic.twitter.com/ieoBMEtSzR
— Juan Diego Quesada (@jdquesada) June 7, 2025
Além disso, é filho de Diana Turbay, jornalista sequestrada por Pablo Escobar em 1990 e assassinada no ano seguinte. A família Turbay é de ascendência libanesa.
Na época, os narcotraficantes colombianos realizaram uma campanha violenta contra o Estado para evitar a extradição de criminosos para os Estados Unidos.
Uribe, de extrema-direita, é um forte crítico do presidente da Colômbia, o esquerdista Gustavo Petro.
Antes do atentado, Uribe reagiu à intenção de Petro de convocar, por decreto, uma consulta popular para uma reforma trabalhista, algo que exigiria a assinatura de todos os ministros do gabinete. O senador afirmou que processaria os ministros por prevaricação, caso agissem contra a lei.
Reação das autoridades
Em nota, a Presidência da Colômbia se manifestou no X, rejeitando “de forma categórica e contundente o ataque” deste sábado. “Esse ato de violência é um ataque não apenas à integridade pessoal do senador, mas também à democracia, à liberdade de pensamento e ao exercício legítimo da política na Colômbia”, acrescentou.
Em resposta ao ataque, o ministro da Defesa, Pedro Sanchez, anunciou uma recompensa de US$ 728 mil (COP 3 bilhões) por informações que ajudem a identificar e prender os responsáveis pela tentativa de assassinato.
Sanchez também ordenou que “os militares, a Polícia Nacional e os serviços de inteligência mobilizassem todas as suas capacidades para esclarecer os fatos com urgência”.
Petro, alvo de críticas de Uribe, também reagiu ao ataque nas redes sociais: “‘Ai’ Colômbia e sua violência eterna. Querem matar o filho de uma árabe em Bogotá, que já haviam assassinado, e não se deve matar no coração do mundo. Matam o filho e a mãe”, declarou no X.
"Ay" Colombia y su violencia eterna. Quieren matar al hijo de una árabe en Bogotá,que ya habían asesinado, y no se debe matar en el corazón del mundo. Matan al hijo y a la madre.
Respeten la vida, esa es la linea roja. Colombia no debe matar a sus hijos, porque ellos tambien son…
— Gustavo Petro (@petrogustavo) June 7, 2025