Bashar al-Assad, presidente da Síria desde 2000 – Foto: Reprodução

Bashar al-Assad, presidente da Síria desde 2000, enfrenta um dos momentos mais críticos de seu governo com a ofensiva de forças rebeldes que cercaram Damasco, a capital do país.

O avanço insurgente, liderado pelo grupo de oposição Hayat Tahrir al-Sham (HTS), colocou em risco o regime que sobreviveu a 13 anos de guerra civil e mais de cinco décadas de domínio da família Assad. Segundo informações internacionais, Bashar deixou a capital e pediu uma transição pacífica de poder após oposicionistas tomarem Damasco e várias cidades estratégicas do país.

A declaração foi confirmada pelo Ministério das Relações Exteriores da Rússia, no Telegram, que divulgou que Assad deixou o país e deu ordens para a formação de um governo de transição. “Ele tomou a decisão de renunciar à presidência e deixar a Síria, garantindo uma transferência de poder sem violência”, afirmou o comunicado russo.

Quem é Bashar al-Assad

Filho de Hafez al-Assad, que governou a Síria de 1971 até sua morte em 2000, Bashar assumiu o poder após a morte de seu irmão mais velho, Bassel, em um acidente de carro em 1994. Formado em medicina e especializado em oftalmologia em Londres, ele não estava inicialmente destinado à política. Contudo, com a morte do irmão, Bashar foi preparado para suceder o pai, consolidando a dinastia Assad no poder.

O regime de Bashar al-Assad é marcado por repressão e graves violações dos direitos humanos. A guerra civil síria começou em 2011, após protestos durante a Primavera Árabe, quando manifestantes exigiam reformas democráticas. O governo respondeu com força letal, resultando em um conflito prolongado que já causou a morte de centenas de milhares de pessoas e o deslocamento de milhões. Assad sobreviveu graças ao apoio de aliados estratégicos como Rússia, Irã e a milícia libanesa Hezbollah.

Mural de Bashar al-Assad, presidente sírio, cravejado de balas em Aleppo, na Síria – Foto: AFP

Nos últimos anos, o governo de Assad recuperou o controle de grande parte do território sírio, mas nunca conseguiu eliminar completamente a oposição. A atual ofensiva rebelde, que começou há 10 dias, resultou na tomada de cidades estratégicas como Aleppo e Homs, antes de chegar a Damasco.

Um fator que enfraqueceu o governo de Assad foi a redução do apoio direto de seus principais aliados. A Rússia, envolvida na guerra da Ucrânia, e o Irã, em conflito com Israel, estão menos disponíveis para intervir militarmente na Síria. O Hezbollah também perdeu líderes importantes em ataques israelenses recentes, o que diminuiu sua capacidade de apoiar Assad. Essa conjuntura abriu espaço para os rebeldes avançarem.

Os oposicionistas destruíram símbolos do regime durante sua ofensiva, como estátuas de Hafez al-Assad em cidades conquistadas. A derrubada desses monumentos é vista como um sinal de ruptura com a dinastia Assad, que governou a Síria com mão de ferro por mais de 50 anos.

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Last Update: 08/12/2024