Valdecy Urquiza, chefe da Interpol. Foto: reprodução

A Interpol, maior organização policial internacional, terá pela primeira vez em 100 anos um brasileiro no comando. O delegado da Polícia Federal Valdecy Urquiza foi eleito secretário-geral da entidade em novembro de 2024, tornando-se o primeiro representante de uma nação considerada em desenvolvimento a ocupar o cargo mais alto da instituição.

Sua nomeação ocorre em momento significativo para a Interpol, que nesta quinta-feira (5) atendeu pedido do Supremo Tribunal Federal (STF) para incluir a deputada Carla Zambelli na lista de difusão vermelha. A plataforma de gestão de Urquiza prioriza a modernização da organização, com foco no fortalecimento da transparência e da cooperação policial global.

A vitória ocorreu durante a Assembleia-Geral da Interpol em Lyon, França, após aprovação do Comitê Executivo. Urquiza superou candidatos do Reino Unido, Zâmbia e Paquistão. O mandato tem duração de cinco anos, com possibilidade de renovação.

Na ocasião, o governo brasileiro celebrou a conquista em nota conjunta dos ministérios das Relações Exteriores e da Justiça: “A eleição do delegado Urquiza reflete a alta prioridade atribuída pelo governo brasileiro ao combate ao crime organizado transnacional, que tem na cooperação internacional, crescentemente, uma dimensão essencial”.

O comunicado ainda destacou que a vitória “representa, ademais, o reconhecimento, pela comunidade internacional, do profissionalismo e da competência da Polícia Federal brasileira no enfrentamento à criminalidade, bem como de sua relevante contribuição ao trabalho da Interpol”.

Carla Zambelli foi incluída na lista vermelha da Interpol. Foto: reprodução

Quem é Valdecy Urquiza

Nascido em São Luís, em 1981, Urquiza construiu uma sólida carreira na Polícia Federal desde 2004. Com formação em Direito pela Universidade de Fortaleza e especializações em instituições como PUC-SP e IBMEC, o novo secretário-geral acumula experiência internacional, tendo representado o Brasil em órgãos como Europol e Ameripol.

O maranhense ingressou na Polícia Federal em 2004 e seu primeiro grande desafio internacional veio como chefe da Interpol Brasil entre 2015 e 2018, período em que coordenou 127 pedidos de extradição e 45 operações conjuntas com a Europol, além de implementar o sistema I-24/7 em todas as unidades da PF.

Na Polícia Federal, ele já ocupou a função de chefe da Divisão de Cooperação Jurídica Internacional da Polícia Federal do Brasil e Diretor-Assistente na Diretoria de Crimes Organizados e Emergentes na sede da Interpol, em Lyon, França.

O delegado liderou, ainda, o Escritório Central Nacional da Interpol, no Brasil; a Divisão de Cooperação Policial Internacional; a Divisão de Relações Internacionais e a Diretoria de Tecnologia da Informação da Polícia Federal.

Como diretor de Cooperação Internacional de 2021 a 2024, arquitetou acordos inéditos, incluindo parcerias com o CARICOM para combate ao narcotráfico no Caribe e sistemas de compartilhamento de dados biométricos com países africanos.

 

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Last Update: 05/06/2025