O ex-presidente da Americanas Miguel Gutierrez foi alvo da Operação Disclosure nesta quinta-feira (27), que investiga ex-diretores da empresa por fraudes contábeis. Segundo a própria Americanas, as fraudes envolvem um montante significativo de R$ 25,3 bilhões.
Entre os investigados pela Polícia Federal (PF) estão Gutierrez e João Guerra Duarte Neto, ex-CEO da empresa, totalizando 14 pessoas sob investigação. Os mandados foram cumpridos no Rio de Janeiro.
A operação se baseia em delações premiadas dos ex-executivos Marcelo da Silva Nunes, ex-diretor executivo financeiro, e Flavia Carneiro, ex-diretora de controladoria da empresa. Segundo a colunista Malu Gaspar, do Globo, ambos forneceram à PF e ao Ministério Público Federal (MPF) cópias de e-mails, mensagens de celular e documentos que corroboram as práticas fraudulentas.
Quem é Gutierrez?
Gutierrez mantinha um perfil discreto, evitando entrevistas e aparecer publicamente. Após o escândalo que abalou a empresa e afetou a reputação dos principais acionistas (Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles), ele se mudou para a Espanha enquanto as investigações no Brasil continuavam.
Um inquérito interno, conduzido por um comitê independente contratado pela Americanas, apontou Gutierrez como responsável por um esquema que levou a empresa centenária à recuperação judicial e resultou na demissão de 5.000 funcionários.
Documentos revelados em investigações parlamentares indicam que Gutierrez e sua equipe teriam falsificado contratos publicitários e ocultado empréstimos através de uma estrutura chamada “risco sacado”, visando esconder dívidas e inflar os lucros.
Se for acusado, Gutierrez será o primeiro executivo interno de destaque na Americanas a enfrentar consequências graves. No entanto, ele negou qualquer irregularidade.
Vale destacar que o ele subiu na empresa ao longo de três décadas, ocupando várias posições em operações e logística, preparado por Sicupira, que liderou a Americanas após a compra pelos bilionários.
Gradualmente, Gutierrez foi se retirando da visibilidade pública, sendo raramente visto, como em uma breve aparição por vídeo durante uma teleconferência de resultados da empresa.
À medida que os bilionários depositavam mais confiança em Gutierrez e se dedicavam a outros investimentos, o conselho da Americanas decidiu substituí-lo por Sergio Rial em meados de 2022.
Rial, em sua breve gestão, revelou “inconsistências contábeis” após apenas 10 dias no cargo, renunciando em seguida. O trio bilionário emitiu um comunicado negando conhecimento ou tolerância a práticas contábeis duvidosas na empresa, o que resultou em queda nas ações e tumulto interno na Americanas.
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