O general da reserva Mario Fernandes, ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência no governo de Jair Bolsonaro (PL), reconheceu ao Supremo Tribunal Federal ter sido o autor intelectual de um plano que previa o assassinato de autoridades da República, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do STF Alexandre de Moraes.

Durante o interrogatório, realizado nesta quinta-feira 24, o militar afirmou que o chamado plano “Punhal Verde e Amarelo” se tratava de um “estudo de situação” feito por iniciativa própria. Segundo ele, o conteúdo foi digitalizado, mas nunca teria sido apresentado ou repassado a terceiros.

Esse arquivo digital nada mais retrata do que um pensamento meu que foi digitalizado. Um compilar de dados, um estudo de situação meu, uma análise de riscos que eu fiz e por costume próprio resolvi digitalizar. Não foi apresentado a ninguém e nem compartilhado com ninguém”, disse ao tribunal.

Quem é Mario Fernandes

Com uma longa trajetória nas Forças Armadas, o general iniciou sua carreira em 1983 na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman). Em 2016, alcançou o posto de general de brigada. Entre 2018 e 2020, chefiou o Comando de Operações Especiais, conhecido como “kids pretos”.

Após passar para a reserva, Fernandes assumiu cargos no governo Bolsonaro. Foi secretário-executivo do então ministro Luiz Eduardo Ramos na Secretaria-Geral da Presidência e, em 2022, chegou a comandar a pasta interinamente. Na ocasião, participou de reuniões no Palácio do Planalto em que foram discutidas medidas golpistas.

Além disso, o general já atuou como assessor do deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ), ex-ministro da Saúde, consolidando sua ligação com o núcleo político-militar do bolsonarismo.

Ele está preso desde novembro de 2024.

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Last Update: 25/07/2025