Liang Wengfeng, fundador da DeepSeek, virou um nome central na tecnologia depois que seu chatbot superou o ChatGPT entre os apps mais baixados da Apple nos EUA. O DeepSeek-R1 chamou atenção por seu rápido crescimento e pelo baixo custo de desenvolvimento, abalando o mercado de big techs e gerando perdas bilionárias nas bolsas de Nova York.
A DeepSeek foi criada por Liang, especialista em tecnologia e finanças que sempre acreditou no potencial da inteligência artificial. Ele se formou em engenharia pela Universidade de Zhejiang e passou anos testando aplicações de IA, convencido de que a tecnologia “pode mudar o mundo”.
A startup tem sede em Hangzhou, cidade no leste da China conhecida como o “Vale do Silício chinês”. A região concentra algumas das maiores empresas de tecnologia do país e foi o ambiente ideal para Liang desenvolver suas pesquisas e transformar o DeepSeek em um produto de alcance global.
Antes de apostar em IA generativa, Liang fundou em 2015 a High-Flyer, empresa de investimentos que usava inteligência artificial para analisar tendências do mercado financeiro. A estratégia deu certo e transformou a companhia em um dos maiores fundos quantitativos da China, administrando bilhões de yuans em ativos.
Em 2021, Liang começou a comprar processadores gráficos da Nvidia, gigante americana de chips para IA, para um “projeto paralelo”. Ele já trabalhava no desenvolvimento do chatbot que agora sacudiu o Vale do Silício. Pessoas próximas o descrevem como um “nerd” com “capacidade de aprendizado assustadora”, mais interessado em criar do que em aparecer.
O sucesso do DeepSeek levou Liang ao centro do poder na China. Na última semana, ele apareceu ao lado de outros empresários em uma reunião com o primeiro-ministro Li Qiang. A presença dele nesse encontro reforça a importância da inteligência artificial para os planos do governo chinês.
Nos EUA, a ascensão da DeepSeek levanta dúvidas sobre os investimentos das big techs e sobre a eficácia das sanções contra a China. O presidente Donald Trump reconheceu o impacto da situação e chamou de “alerta” para o Vale do Silício. Para o investidor Marc Andreessen, é um “momento Sputnik”, comparando com o choque da União Soviética ao lançar o primeiro satélite em 1957.
Mesmo diante das restrições ocidentais, Liang continua otimista sobre o futuro da IA. “O dinheiro nunca foi um problema para nós. O problema é o embargo aos chips de última geração”, disse ele ao site Waves. Ele acredita que a IA pode ajudar a entender melhor o funcionamento da mente humana: “O que você considera ‘pensamento’ pode ser, na verdade, seu cérebro tecendo uma linguagem”.
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