O pastor Silas Malafaia, aliado de primeira hora do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), minimizou a influência do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em uma eventual sanção do governo de Donald Trump contra o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.
A manifestação ocorre depois de o governo dos Estados Unidos anunciar que restringirá vistos a autoridades estrangeiras “cúmplices de censura a norte-americanos”. Bolsonaristas festejaram a possibilidade de a medida atingir o magistrado do STF, o que ainda não se confirmou.
Eduardo, filho “03” do ex-capitão, tem articulado nos Estados Unidos apoio político contra o STF. Moraes, por sua vez, autorizou uma investigação contra o parlamentar por supostos crimes relacionados à trama no exterior contra instituições brasileiras.
“Esse movimento não tem nada a ver com Eduardo Bolsonaro, com todo o respeito”, disse Malafaia ao jornal O Globo. “Tem a ver com big techs, cidadãos americanos e residentes na América. Quem é Eduardo Bolsonaro para fazer o governo americano tomar decisões? Com todo o respeito, gosto muito dele, mas isso não tem nada a ver com Eduardo.”
Para o pastor, trata-se de uma ação de um “governo soberaníssimo”, por iniciativa “dos poderosos americanos com quem Alexandre de Moraes mexeu”.
Ao determinar a abertura de um inquérito contra Eduardo, na última segunda-feira 26, Moraes mandou a Polícia Federal ouvir Jair Bolsonaro em até 10 dias. A oitiva ocorrerá na próxima quinta-feira 5, às 15h, em Brasília.
O inquérito nasceu a pedido do procurador-geral da República, Paulo Gonet, e mira as ações de Eduardo nos Estados Unidos para viabilizar sanções contra autoridades brasileiras, principalmente Moraes.