José Antonio Kast Rist, nascido em Santiago, em 18 de janeiro de 1966, é um advogado e político chileno de extrema direita. Foi eleito presidente do Chile nas eleições de dezembro de 2025. Fundador do Partido Republicano (2019), assumirá a presidência no período 2026–2030 após derrotar, no segundo turno, a candidata Jeannette Jara, do Partido Comunista, à frente de uma coalizão de esquerda. Kast obteve 58,2% dos votos, enquanto Jara obteve 41,8%.
Formado em Direito pela Universidade Católica do Chile, Kast tem 59 anos. É filho de imigrantes alemães que se mudaram para Santiago do Chile na década de 1950 e é casado há mais de três décadas com a advogada Maria Pia Adriasola, com quem tem nove filhos.
Kast é o caçula de 10 irmãos. Seu pai foi militante do Partido Nazista alemão. O próprio Kast afirma que a filiação teria ocorrido por alistamento forçado. Seu irmão, Miguel Kast, foi um economista influente durante o regime de Augusto Pinochet.
Iniciou a carreira política em 1996 como vereador de Buin, na Região Metropolitana de Santiago. Em 1998, votou “sim” no referendo pela manutenção de Pinochet no poder. Atuou como deputado por 16 anos (2002–2018), inicialmente pela União Democrática Independente (UDI). Disputou a presidência três vezes: em 2017, como independente, obteve 10% dos votos; em 2021, perdeu para Gabriel Boric no segundo turno; e, em 2025, venceu.
Kast é frequentemente classificado como ultraconservador e antiesquerda, com vínculos políticos com figuras como Jair Bolsonaro, Donald Trump e Javier Milei. Sua vitória marca a volta direta de um setor de direita ao Palácio de La Moneda e se apoia em uma plataforma de endurecimento do Estado, ataque a direitos e aprofundamento da agenda neoliberal.
A campanha de 2025 foi centrada na política de “mão de ferro” contra o crime: ampliação do encarceramento, construção de novas prisões e repressão como eixo do governo. Kast afirmou que pretende seguir o modelo de Nayib Bukele em El Salvador, incluindo a política de megaprisões.
No tema migratório, defende a expulsão de 340 mil imigrantes sem documentos e a criação de uma força policial nos moldes do Serviço de Imigração e Controle Alfandegário dos Estados Unidos (ICE). No último debate, declarou que os imigrantes ilegais teriam prazo de 92 dias, a partir da posse, para deixar o país voluntariamente.
Na economia, sustenta um programa neoliberal inspirado nos “Chicago Boys”, com redução de gastos públicos, cortes anunciados de até US$ 6 bilhões, redução de impostos e adiamento da idade de aposentadoria. Também defende regras trabalhistas mais “flexíveis”, corte de impostos para empresas e menor regulação — medidas que favorecem o grande capital e aprofundam a exploração sobre os trabalhadores.
No campo social, é um católico fervoroso, opõe-se firmemente ao aborto e ao casamento entre pessoas do mesmo sexo. É também o primeiro presidente eleito, desde o fim da ditadura, a defender abertamente a gestão de Augusto Pinochet, associando-se à tentativa de reabilitar politicamente um regime marcado por repressão, perseguição e violência de Estado.