
Maria do Socorro Sombra é enfermeira, nasceu em Quixeré, no Ceará, e ficou conhecida nacionalmente após afirmar que venceu um prêmio de R$ 1,8 bilhão na loteria americana Powerball, ao apostar pelo site Lottoland. Ela conta que jogou em 2020, mas não possui o comprovante da aposta e afirma que teve o acesso à conta bloqueado pela plataforma.
Sem conseguir acesso à conta, ela acionou a Justiça no Brasil, que já lhe concedeu vitórias em três instâncias. A defesa argumenta que a plataforma é voltada ao público brasileiro e, por isso, o julgamento deve ocorrer no país. A Lottoland, sediada em Gibraltar, nega que ela tenha vencido e afirma que os números escolhidos não foram sorteados.

Apesar da negativa, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, por unanimidade, manter o processo no Brasil. O relator, ministro Antonio Carlos Ferreira, considerou abusiva a exigência de julgamento em Gibraltar, destacando as dificuldades geográficas, financeiras e linguísticas da autora.
Maria diz ter anotado os números em uma agenda e também guardado capturas de tela da aposta. “Tem provas de vários e-mails, eu pedindo acesso, que resolva essa situação, que eu tinha ganho. Vi que eu estava tratando com o ladrão”, afirmou a enfermeira em entrevista.
A Eu Lotto, responsável pelo site, declarou que forneceu à Justiça o comprovante original da aposta da jogadora e que os números dela não foram sorteados no prêmio principal. A empresa sustenta que o processo se refere apenas ao histórico da conta e não ao pagamento de prêmio.
Segundo o Ministério da Fazenda, a Lottoland atua de forma legal no Brasil. A empresa contesta o valor de R$ 1,8 bilhão, afirmando que os prêmios possíveis seriam de até R$ 244 milhões ou, no máximo, R$ 11 milhões, a depender dos acertos. O valor da causa foi mantido pela Justiça brasileira.