
Melina Girardi Fachin, filha do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi alvo de agressões e de uma cusparada na última sexta (12) dentro da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Ela chegou a ser chamada de “lixo comunista” durante o episódio.
Professora da instituição desde 2012, ela é diretora da Faculdade de Direito desde 2021 e tem atuação destacada no campo do Direito Constitucional e dos Direitos Humanos. Formada em Direito pela UFPR em 2005, Melina também possui pós-graduações na França e em Portugal, além de mestrado e doutorado concluídos na PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) em 2013.
A filha do ministro também atuou como professora associada no curso de graduação em Direito e docente permanente nos cursos de pós-graduação (mestrado e doutorado) da universidade, além de ser autora de artigos, colunista e membro ativo de conselhos relacionados a direitos humanos.
Além da carreira acadêmica, é advogada e sócia do escritório Fachin Advogados Associados, fundado por seu pai, e integra conselhos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e de direitos humanos no Paraná e no Brasil.

O ataque foi confirmado pelo advogado Marcos Gonçalves, marido de Melina. Em nota, ele relatou que a esposa foi abordada por um homem branco no campus da universidade, recebeu insultos e uma cusparada, episódio que ele atribuiu à escalada de discursos de ódio e violência política no país.
O caso ocorreu em meio a tensões recentes na UFPR. Na semana anterior, estudantes haviam bloqueado a entrada do prédio de Direito para impedir um evento de apoiadores de Jair Bolsonaro. O encontro, intitulado “Como o STF tem alterado a interpretação constitucional?”, foi cancelado pela administração da universidade.
Mesmo assim, o vereador Guilherme Kilter (Novo-PR) e o advogado Jeffrey Chiquini tentaram forçar a entrada no prédio, o que gerou confrontos. A direção do setor de Ciências Jurídicas divulgou nota criticando a insistência dos organizadores e a presença de forças de segurança sem autorização institucional.
Embora não estivesse presente no prédio no dia do tumulto, Melina acabou sendo notificada judicialmente pelo vereador, junto com o reitor Marcos Sfair Sunye, para prestar esclarecimentos sobre a decisão de suspender o evento.
A UFPR ainda não divulgou se tomará medidas adicionais de proteção à docente. O autor do ataque ainda não foi identificado.