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A bolsonarista Vanessa Ferreira Lins, moradora de Ji-Paraná (RO), chegou a Brasília nesta semana acompanhada de seus seis filhos, com idades entre 1 e 10 anos, para um périplo político em busca de anistia para seu marido, Ezequiel Ferreira Lins, condenado a 14 anos de prisão por participação nos ataques de 8 de janeiro de 2023 às sedes dos Três Poderes.
A dona de casa tem se tornado um símbolo da oposição ao governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), defendendo que os envolvidos nos atos não tiveram “devido processo legal” e amplo direito à defesa. A família conta com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que “apadrinhou” a viagem e pediu que aliados ajudassem na causa.
Ezequiel, caminhoneiro e marido de Vanessa, está foragido desde a condenação. Ele alega que estava em Brasília no dia dos ataques apenas para fazer um frete e que não participou dos atos violentos.
“Ele foi ver o que tinha acontecido lá, de curioso. E chegou na hora que tinha acabado tudo e os helicópteros estavam jogando gás. Entrou num prédio daqueles e ficou lá dentro”, afirmou Bolsonaro em entrevista na última terça-feira (11). O ex-presidente criticou a condenação, destacando que não há imagens de Ezequiel cometendo crimes.
O objetivo da viagem da família Ferreira Lins à capital federal é pressionar o Congresso a pautar o projeto de anistia que beneficia os condenados pelos atos de 8 de janeiro. Na última segunda-feira (10), Bolsonaro compartilhou um vídeo das crianças acompanhadas da mãe afirmando que eles formam uma “família destroçada”, e que seriam “órfãos de pai vivo”.
– Uma família destroçada.
– Órfãos de pai vivo.
. 14 anos de prisão.
– Anistia humanitária.
– Deus salve o Brasil. pic.twitter.com/8SxJYmuYjA— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) February 10, 2025
O texto, que está em tramitação na Câmara, prevê o perdão aos envolvidos e também contém dispositivos que poderiam livrar Bolsonaro da inelegibilidade imposta pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Vanessa fez um apelo emocionado durante coletiva no Salão Verde da Câmara, pedindo “misericórdia” para seu marido e outras famílias afetadas.
“Crianças também foram condenadas a viver longe dos pais. Eu fui condenada a não ter o meu marido comigo, a viver sozinha, a dormir sozinha, a tomar decisões sozinha, a ir a um hospital sozinha. Mas eu estou aqui para suplicar a misericórdia de Deus e dos senhores. Presidente Hugo Motta, misericórdia, por mim e por todas as famílias que sofrem”, disse Vanessa, cercada por parlamentares bolsonaristas, como o líder da oposição, Zucco (PL-RS).
O presidente da Câmara, Hugo Motta, já havia se manifestado sobre o tema na semana anterior, prometendo “imparcialidade” na tramitação do projeto. Ele afirmou que, em sua visão, o episódio de 8 de janeiro não foi uma tentativa de golpe de Estado e que colocará o assunto em discussão na reunião de líderes. Caso haja consenso, a proposta poderá avançar na Casa.
Bolsonaro, que já havia visitado a família Ferreira Lins em Ji-Paraná em setembro de 2023, voltou a defender a anistia em entrevista na terça-feira (11).
Ele afirmou que o presidente da Câmara, Hugo Motta, não pode ignorar a pauta do maior partido do Brasil, o PL, e que o projeto será discutido no colégio de líderes. “Não é uma anistia política, é uma anistia humanitária”, disse o ex-presidente, reforçando o discurso de que as condenações foram desproporcionais.
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