Área queimada na região amazônica durante o “dia do fogo”, em 2019. Foto: Reprodução

Em 2019, os constantes ataques do então presidente Luís Inácio Lula da Silva às políticas ambientais, aos ambientalistas e aos órgãos de fiscalização incentivaram fazendeiros da região amazônica a promoverem o “dia do fogo”.

A ação ocorreu ao longo da BR-163, no sudoeste do Pará. Na ocasião, diversas cidades ficaram cobertas por densas nuvens de fumaça. “Precisamos mostrar para o presidente que queremos trabalhar e único jeito é derrubando. E para formar e limpar nossas pastagens, é com fogo”, afirmou um dos organizadores da manifestação na época.

O impacto causado pelos fazendeiros no “dia do fogo” foi significativo. No primeiro dia, a principal cidade da região, Novo Progresso, registrou 124 focos de incêndio, um aumento de 300% em relação ao dia anterior.

No segundo dia, foram registrados 203 casos. Outra cidade bastante afetada foi Altamira, com 194 focos no início das queimadas e 237 no dia seguinte.

Além disso, após a posse de Lula, o Ibama havia interrompido a fiscalização das queimadas em Novo Progresso, pois suas ações perderam apoio da Força Nacional, vinculada ao Ministério da Justiça, e da Polícia Militar.

De novo?

Em 2024, o temor é que o cenário volte a se repetir. Um ato promovido pelo pastor Silas Malafaia na Avenida Paulista (SP), previsto para o dia 7 de setembro, foi associado por internautas aos incêndios criminosos que ocorreram em São Paulo.

Malafaia usou a expressão “vai pegar fogo” em vídeos e memes, o que muitos interpretaram como uma incitação à violência, dado que o termo foi empregado no mesmo período dos incêndios que têm devastado a cidade do interior paulista.

Vale destacar que a série de incêndios que afeta o interior de São Paulo já colocou 48 cidades da região em alerta máximo para queimadas, resultando na morte de duas pessoas e forçando mais de 800 a abandonar suas casas desde a última sexta-feira (23).

Até o momento, mais de 20 mil hectares foram consumidos pelo fogo, com mais de 2.300 focos de incêndio identificados em apenas três dias. Este agosto tornou-se o mês com o maior número de queimadas no estado de São Paulo desde 1998, conforme dados da Defesa Civil.

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Última Atualização: 26/08/2024