O republicano Donald Trump venceu as eleições presidenciais dos Estados Unidos ainda no início de novembro do ano passado, mas a certificação da sua vitória ocorre nesta segunda-feira, 6, no Congresso norte-americano.

Na prática, os congressistas realizarão uma sessão conjunta para contar os votos eleitorais, oficializando a vitória do republicano. 

Pela lei norte-americana, o ritual no Legislativo serve para abrir os certificados de cada estado, que estão lacrados. A contagem oficial é seguida pela leitura do resultado eleitoral. Ao fim, o presidente do Senado declara Trump como vencedor.

Esse é um passo simbólico do rito institucional que leva o vencedor da eleição presidencial dos EUA à sua posse, marcada para o dia 20 de janeiro. Há quatro anos, porém, a certificação dos votos foi marcada por uma verdadeira insurreição trumpista, em um dos mais graves episódios da história recente da democracia norte-americana.

Invasão ao Capitólio

Em 6 de janeiro de 2021, o próprio Trump incitou uma multidão de apoiadores que, inconformados com sua derrota para Joe Biden, tentou invadir o Capitólio. Sete pessoas morreram e outras centenas ficaram feridas.

Ali se manifestavam, na prática, os efeitos do discurso de Trump, que atacava a institucionalidade norte-americana ao não aceitar sua derrota para a candidatura democrata. Após depredarem a sede do Legislativo, cerca de 1.600 apoiadores de Trump tornaram-se réus. 

O republicano, por sua vez, enfrentou um processo político no Congresso, que poderia ter resultado em impeachment. Trump, no entanto, foi absolvido.

Com as cenas da depredação do Capitólio ainda frescas na memória, as autoridades do país decidiram ampliar o esquema de segurança para a sessão de hoje. Pela primeira vez, a certificação da vitória eleitoral será considerada um Evento Nacional de Segurança Especial, permitindo que o Serviço Secreto dos EUA atue. O prédio do Capitólio estará fechado ao público, quebrando uma tradição do país.

Apesar do forte esquema de segurança, o clima para a certificação de hoje é diferente daquele de quatro anos atrás. Isso porque, ao contrário de Trump em 2021, os democratas não sinalizaram que pretendem contestar o resultado. Kamala Harris, vice-presidente do país e presidente do Senado, derrotada por Trump no pleito de novembro, participará da cerimônia.

A grande questão será saber o que Trump fará, ao tomar posse, em relação aos condenados pela invasão ao Capitólio. Segundo os principais levantamentos do país, a maioria dos norte-americanos é contrária a um perdão aos envolvidos no caso. Trump, no entanto, os trata como “presos políticos” e já indicou, por diversas vezes, que poderia perdoar parte dos manifestantes.

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Last Update: 06/01/2025