A principal causa do adoecimento dos bancários é a pressão por metas. Para pressionar os bancos a reverem o modelo de gestão prejudicial à saúde da categoria, sindicatos e federações vão realizar um dia de luta, “Dia Nacional de Luta #MenosMetasMaisSaúde”, na próxima quarta-feira (24/7), com ações nas agências e departamentos em todo o Brasil.
A mobilização ocorrerá um dia antes da quinta rodada de negociação entre o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) para renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria. O encontro discutirá metas e condições de trabalho, com enfoque na política de metas praticadas pelas empresas.
Uma pesquisa realizada pela Contraf, em colaboração com pesquisadores do Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília (UNB), revela que 80% dos trabalhadores bancários tiveram ao menos um problema de saúde relacionado ao trabalho no último ano. Destes, quase metade estavam em acompanhamento psiquiátrico.
O principal motivo declarado para a busca de tratamento médico foi o trabalho. Entre os que estavam em acompanhamento psiquiátrico, 91,5% utilizavam medicações prescritas pelo psiquiatra, percentual que reduzia para 64,4% entre os que estavam em outros tipos de acompanhamento médico.
Entre 2013 e 2020, foram registrados 20.192 afastamentos de bancários pelo INSS, com alta de 26,2% entre 2015 e 2020, percentual 1,7 vezes acima do crescimento total de afastamentos registrados no país. Em relação ao total dos afastamentos acidentários por doenças mentais e comportamentais, os afastamentos de bancários correspondiam a 12% do total, em 2012, e a 25%, em 2022.
Esses dados comprovam a necessidade urgente de mudanças no modelo de gestão dos bancos para garantir a saúde dos trabalhadores e trabalhadoras.
Informações: Federação dos Bancários do Estado da Bahia e Sergipe.