Quantos Zehs cabem num só Zé, por Aquiles Rique Reis

Quantos Zehs cabem num só Zé

por Aquiles Rique Reis

Hoje falaremos do álbum de um Zé, carioca da Saúde. Dado a criar heterônimos, o cara escolheu ser Zeh Gustavo. Daí começou: Zeh poeta pra cá, Zeh compositor pra lá, Zeh sambista ali, Zeh revisor de textos acolá… e tome de Zeh! Bobeia, lá está ele nas rodas de sambas de responsa.

Não satisfeito em ser múltiplo, eis que Zeh vira Zehzeira e lança o CD Cuidado, Zehzeira! (DG Music), título que remete ao clássico samba de breque de Miguel Gustavo.

Álbum que tem a picardia da voz de Zehzeira (canta bem o danado!) e um repertório trazido da preferência ancestral de um dos Zehs. Apoiado por instrumentistas do ramo, os arranjos são como parceiros das composições. E assim, os sambas dos bambas ganham o proscênio que pediram aos deuses. E eles, os deuses de todos os credos, os abençoam.

“Desgraça Alheia” (Pau D’Água), de Zeh Gustavo (part. esp. Léo Ramiro); “O Rumo da Pedra”, de Marcelo Bizar e Zeh Gustavo (part. esp. Mingo Silva); “Segredo das Águas”, de Wagner Nascimento e Zeh Gustavo (part. Esp. Almir Côrtes); “Beto Bom de Bola”, de Sérgio Ricardo (cantado emocionadamente por Zehzeira, admirador absoluto de Sérgio Ricardo); “Sumiço”, de Zeh Gustavo e Sergio Fonseca (part. esp. Kiko Horta); “Rei do Gatilho”, de Miguel Gustavo (part. esp. Renan Sardinha e Leo Bernardo); “Praça 11, Berço do Samba”, de Zé Kéti); “Mignon Com Queijo Magro”, de Marcelo Bizar e Zeh Gustavo); “Lá Vem de Realengo”, de Renan Sardinha (part. esp. Didu Nogueira); “Estrela”, de Eduardo Gudin, Elton Medeiros e Roberto Riberti; “Santo Guerreiro”, de Patativa; e “Ninguém Esquece”, de Zeh Gustavo (part. esp. Paulinha Diniz).

Finalizando, um acontecido em 2003: numa livraria frequentada pelos saudosos Zé Rodrix e o poeta Mário Chamie, bem como pelo jornalista José Nêumanne, dentre outros, Chamie, criador da Poesia-Práxis, lia alguns poemas de Zeh Gustavo quando mandou na lata: “Isto é poesia Práxis!”. Eu estava lá, crianças!

Em 2005 era lançado o livro A Idade do Zero (Escrituras), de Zeh Gustavo, com prefácio escrito por Mário Chamie, em que ele afirma: “(…) Afinal, o poeta Zeh Gustavo, ao dizer a que veio, diz o que fala e escreve o que está dizendo”.

Aquiles Rique Reis

Nossos protetores nunca desistem de nós

Ficha técnica: Léo Ramiro (trombone), Daniel Delavusca (cavaquinho, coro), Gabriel Veras (violão 7 cordas), Pet Vieira, Pedrinho Ferreira, Marcus Thadeu, Mário Marcos (instrumentos rítmicos), Almir Côrtes (viola machete), Ane Lopes, Lissandra de Oliveira, Mingo Silva (coro), Caio Constantino (bandolim, violão 7 cordas), Kiko Horta (acordeom), Renan Sardinha (violão 7 cordas, efeitos de voz), Pedro Oleare (guitarra), Alexandre Barbatto (baixo) e Leo Bernardo (flauta transversal). Gravação, mixagem e masterização: Wellington Monteiro. Capa: Íris Carvalho; foto da capa: Ane Heinen; diagramação do CD (concepção, contracapa e material interno): Zeh Gustavo.

     Ouvir o álbum:

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