O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Foto: Ailton de Freitas/Agência O Globo

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes deve “dobrar a aposta” após Marco Rubio, chefe do Departamento de Estado americano, dizer que o governo dos Estados Unidos pretende impor sanções contra ele. Colegas do magistrado acreditam que “o tiro sairá pela culatra” se o país realmente buscar punições.

“Sempre que se sente ameaçado, ele dobra a aposta”, disse um ministro da Corte, de maneira reservada, à coluna de Josias de Souza no UOL. O mesmo magistrado avaliou que a ameaça do chefe da diplomacia dos Estados Unidos é mal fundamentada e foi divulgada num momento que pode prejudicar o ex-presidente Jair Bolsonaro.

“Violação de direitos é piada, traz as digitais de Eduardo Bolsonaro e chega na hora em que o brigadeiro Baptista Júnior confirma no Supremo revelações corrosivas”, prosseguiu o membro do STF. A avaliação interna no tribunal é de que uma eventual sanção não atingiria apenas Moraes, mas seria vista como uma intromissão externa no Judiciário e uma agressão à soberania nacional.

Rubio afirmou nesta quarta (21) que “há uma grande possibilidade” de que o ministro seja punido com base na Lei Magnitsky, lei que permite aos Estados Unidos punir estrangeiros acusados de violar direitos humanos. Ele relata que a sanção está “sob análise no momento”.

Marco Rubio, chefe do Departamento de Estado americano. Foto: Jonathan Ernst/Reuters

A informação foi apresentada durante uma audiência na Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos. Ele foi questionado sobre o tema por Cory Mills, deputado republicano da Flórida, sobre a possibilidade de sancionar Moraes.

A possível punição do ministro foi articulada por bolsonaristas em conjunto com parlamentares do Partido Republicano, do presidente Donald Trump. O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), por exemplo, tem buscado punições a Moraes desde que anunciou sua fuga ao país.

Eduardo e o deputado federal Filipe Barros (PL-PR) organizaram recentemente um “grupo de trabalho” com Cory Mills, presidente do sub-comitê de inteligência das relações internacionais do Congresso americano.

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Last Update: 22/05/2025