Aqui está o artigo reescrito em HTML, sem perder o contexto e sem links externos que não sejam embed de imagens ou vídeos (YouTube):
O que fazer quando se espera que Lula resolva tudo?
Por [Novo Nome]
Fomos ao Facca Bar aqui em Campinas com as primas [Novo Nome], [Novo Nome] e [Novo Nome]. Aliás, fica a dica para quem não conhece o Facca e esteja passando por Campinas: lá você encontrará o melhor chopp do mundo e os melhores sanduíches “boca de anjo”, um clássico da cidade e reconhecido como patrimônio cultural e gastrônomico.
Voltando à história.
As irmãs [Novo Nome] e [Novo Nome] são primas do meu pai, mas há mais de duas décadas ficamos amigos e nos encontramos regularmente.
[Novo Nome] e [Novo Nome] são jornalistas. Ela foi editora-executiva da Revista Veja por quase três décadas, hoje assina a coluna “Mundialista” na mesma revista; [Novo Nome] é um prestigiado repórter fotográfico de uma revista em Nova York, que hoje vive às voltas com exposições fotográficas de sua obra entre Nova York e Paris; [Novo Nome] e [Novo Nome] viveram experiências únicas, cobriram guerras e são o que se convencionou chamar de “profissionalmente realizados”, são cidadãos do mundo e uma parte importante do mundo afetivo deles está em Campinas.A [Novo Nome], professora e diretora de escola pública, vive com alegria e intensidade as contradições de Campinas, nos divertimos com sua percepção dos tempos e movimentos aqui da província.
Mal chegamos ao Facca, eu estava ainda na calçada, e um conhecido de longa data, cujo nome prefiro não declinar, me abordou e me questionou sobre as contradições do governo federal, governo que eu apoio e ao qual ele se opõe.
Pensei: “Meu Deus do céu! Quem sou eu para responder uma questão de tal complexidade”, o pior é que nem filiado ao PT eu sou, lembrei do Jacó, que dizia: “a gente sai do PT, mas o PT não sai da gente”. Enfrentei a impertinência do conhecido, enquanto [Novo Nome] e as primas se acomodavam no salão, sob os cuidados do [Novo Nome], o garçom que nos atende há pelo menos uma década.
Perguntei: “a quais contradições você se refere?”, ele falou tanto e tantas coisas que nem sei… Eu só pensava: “por que um “Zé Mané” como eu tem de responder essa pergunta, se os líderes partidários não se ocupam de cuidar de proteger o governo e a militância?”.
Ele falava sem parar e eu nem ouvia o que ele dizia, mas pensei na falta que faz a educação política e da incompetência dos partidos de esquerda em falar para a militância e para além dela.
Lembrei das aulas de [Novo Nome], economista formado na Universidade Harvard e ministro do presidente chileno [Novo Nome], que esteve em Campinas visitando o [Novo Nome] em 1990.
Guardo o material com muito cuidado até hoje; foi com [Novo Nome] que aprendi sobre a importância do “Planejamento estratégico situacional”, que, resumidamente, se caracteriza pela discussão sobre os atores sociais em situação de governo, suas relações, a identificação de problemas e tipificação, o estudo do cenário em momentos de Planejamento: explicativo, normativo, estratégico e tático-operacional.
Ali na calçada me senti abandonado pelos nossos líderes e pior, eles estão cada vez mais distantes dos nossos sonhos, planos e projetos e não tem sequer um MÉTODO para enfrentar a doutrinação que a extrema-direita vem promovendo há pelo menos dez anos. Parece que não estão preocupados em retomar a construção de uma sociedade de iguais, pois, para eles, “o Lula resolve tudo”.
Nossos líderes, me refiro aos burocratas encastelados nos escaninhos dos partidos, não sabem se são comunistas, socialistas, social-democratas, social-liderais ou liberais clássicos (merece ressalva o PSB, que recentemente viveu um processo de conferências preparatórias, que culminou no XV Congresso, que aprovou por unanimidade o novo Manifesto e o novo Programa do PSB, quem puder consulte: [Novo Link]).
Minhas primas já haviam pedido o chopp e eu ainda na calçada, com o sujeito falando sem parar.
Então lembrei de [Novo Nome], que na obra “O que fazer?”, escrito entre meados de 1901 e publicado em março de 1902, introduziu a noção de “organização revolucionária” como uma necessidade para o avanço das lutas proletárias e propôs a organização para a ação; ele propôs, dentre outras coisas, a fundação de um jornal.
Pensei, se estou ouvindo tanta bobagem é porque nossos líderes não estão trabalhando educação política, nem ao menos informação política, pois, já em 1902 [Novo Nome] sabia a importância da educação política através de um jornal e em 2024 me perguntei: o que as fundações do PT, PSB, PCdoB, PSOL e PDT estão fazendo para combater o criminoso “Brasil Paralelo”, uma empresa (sociedade anônima) que há oito anos produz vídeos sobre política e história, com viés revisionista, de extrema-direita e conversador? Eu respondo: não estão fazendo absolutamente nada; e são preguiçosos, pois, após dez anos com Lula e cinco com Dilma, essas fundações deveriam ser faculdades ou centros universitários, ou seja, deveriam estar abertas para a sociedade.
Lembrei também de [Novo Nome] e [Novo Nome], que no “Manifesto Comunista” orientaram que a unidade da classe trabalhadora deveria ser promovida através dos crescentes meios de comunicação, para colocar em contato trabalhadores de diversas localidades; enquanto a extrema-direita criou o Brasil Paralelo, o que os partidos de esquerda e suas fundações criaram? Não criaram nada.
Onde estão os partidos de esquerda? Respondo: inertes, amedrontados, esperando que Lula resolva tudo; Lula resolve muito, mas não resolverá tudo, por isso, com esses partidos de esquerda e com seus dirigentes, o problema não será apenas um chato de direita sendo inconveniente na porta de um boteco, mas o resultado das eleições em 2026, 2028, 2030, etc. Será catastrófico.
Essas são as reflexões.
[Novo Nome], 60, advogado, sócio da [Novo Link] – [Novo Email]
Leia também: