O cessar-fogo na Faixa de Gaza está prestes a ser firmado. Até o momento, o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas, na sigla em árabe) concordou, oficialmente, com o acordo. Resta, portanto, uma positiva por parte de “Israel”.
Antes de qualquer declaração oficial, no entanto, a emissora libanesa Al Mayadeen, ligada ao Eixo da Resistência, publicou o que diz ser os termos do acordo que está quase sendo firmado entre o Hamas e “Israel”:
- As forças israelenses devem retirar-se completamente de todas as áreas da Faixa de Gaza e retornar às fronteiras estabelecidas;
- A travessia de Rafá deve ser reaberta, com a retirada total das forças israelenses da área;
- “Israel” está obrigado a facilitar o transporte de indivíduos feridos para tratamento no exterior;
- “Israel” deve permitir a entrada diária de 600 caminhões de ajuda humanitária, conforme protocolo humanitário apoiado pelo Catar;
- “Israel” deve viabilizar a entrada de 200 mil tendas e 60 mil caravanas para abrigo imediato;
- Uma troca de prisioneiros em larga escala ocorrerá, incluindo a libertação de 1.000 prisioneiros de Gaza e centenas de detentos com penas longas;
- “Israel” deve libertar todas as mulheres e crianças com menos de 19 anos de suas prisões;
- As forças israelenses devem se retirar gradualmente do corredor de Netzarim e da Rota Filadélfia;
- Os residentes deslocados devem ser autorizados a retornar às suas casas, com liberdade de movimento garantida em toda a Faixa de Gaza;
- Aviões hostis devem desocupar o espaço aéreo de Gaza por oito a 10 horas diárias;
- Todos os hospitais em Gaza devem ser reabilitados. Hospitais de campanha, equipamentos médicos e equipes cirúrgicas devem ter entrada permitida.
Além disso, a Al Mayadeen detalhou como seria a primeira fase de implementação deste acordo. Confira, abaixo, conforme tradução do Diário Causa Operária (DCO):
A primeira fase do acordo, com duração de seis semanas, incluirá a libertação de 33 prisioneiros israelenses, tanto vivos quanto falecidos. Esta fase também envolve o retorno imediato de pessoas deslocadas do sul de Gaza para o norte, facilitado pela retirada das forças israelenses da Rua al-Rashid para as profundezas do corredor de Netzarim.
As fases subsequentes abordarão a libertação dos 66 prisioneiros restantes mantidos por organizações da resistência palestina.
Se o acordo for bem-sucedido, o cessar-fogo gradual poderá marcar o fim de mais de um ano de negociações intermitentes e resultar na maior libertação de prisioneiros israelenses desde os estágios iniciais da guerra, quando o Hamas libertou cerca de metade de seus prisioneiros em troca de 240 reféns palestinos.
Em mais detalhes, um oficial israelense afirmou que as negociações estavam em estágios avançados para a libertação de 33 dos 98 prisioneiros israelenses restantes, marcando a primeira fase do acordo. Em troca, “Israel” libertará 1.000 reféns palestinos, segundo uma fonte palestina próxima às negociações, que acrescentou que a primeira fase durará 60 dias.
Enquanto isso, combatentes do Hamas supostamente envolvidos na Operação Dilúvio de Al-Aqsa não seriam libertos.
O oficial israelense mencionou que a primeira etapa do acordo envolveria a libertação de 33 prisioneiros, incluindo “crianças, mulheres, soldados mulheres, homens acima de 50 anos e os feridos e doentes”, além de uma retirada gradual e parcial das unidades invasoras israelenses.
Comentando sobre o número de detentos, o The Times of Israel, citando uma cópia do acordo obtida pela Associated Press, considerou que “Israel” pagará um preço alto para garantir a libertação de soldados mulheres mantidas prisioneiras.
Entre os 33, estariam cinco soldados israelenses mulheres, cada uma das quais seria liberta em troca de 50 reféns palestinos, incluindo 30 “prisioneiros de segurança” condenados que cumprem sentenças de prisão perpétua.