Quaest: metade do país vê direitos humanos como “proteção a bandidos”

Prisão na Vila Cruzeiro — Foto: Fabiano Rocha/28-10-2025

Uma pesquisa realizada pela Quaest entre os dias 27 e 30 de novembro revelou que quase metade da população brasileira (48%) associa a defesa dos direitos humanos à proteção de criminosos, enquanto 46% acredita que a causa está voltada para a proteção do “cidadão de bem”. Apenas 6% dos entrevistados não souberam ou não responderam à pergunta. Com informações de Lauro Jardim, em O Globo.

A pesquisa destaca a polarização das opiniões sobre o tema, especialmente em relação à segurança pública. A defesa dos direitos humanos, frequentemente associada a grupos políticos de centro e esquerda, tem sido vista por boa parte da população como uma bandeira voltada para criminosos, algo que tem sido aproveitado por políticos de direita para angariar apoio popular.

O levantamento foi realizado com 2.002 pessoas de diferentes regiões do país, com uma margem de erro de 2 pontos percentuais. O estudo mostra o sucesso de uma narrativa defendida pela direita, que conseguiu convencer a maioria de que as políticas de direitos humanos frequentemente favorecem criminosos, em detrimento da segurança da população.

Operação policial que causou massacre no Rio de Janeiro. Foto: Mauro Pimentel/AFP

Políticos de centro e esquerda têm enfrentado dificuldades em defender os direitos humanos em um contexto em que o medo da criminalidade e o desgaste com a violência têm crescido no país. A pesquisa sugere que a narrativa de proteção aos criminosos tem ganhado força, afetando a percepção da população sobre políticas públicas de segurança.

Apesar dessa divisão, ainda há uma resistência significativa à ideia de que os direitos humanos são usados como uma proteção para os criminosos. A pesquisa também revela que um número considerável de pessoas ainda acredita que a defesa desses direitos é, de fato, uma forma de garantir a segurança e os direitos dos cidadãos.

A questão da segurança pública segue sendo um tema central nas discussões políticas do país, especialmente à medida que se aproximam as eleições de 2026, com a polarização ideológica sobre a forma de combater o crime no Brasil.

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