Uma nova rodada da pesquisa “O que pensa o mercado financeiro” feita pela Quaest, divulgada nesta quarta-feira (19), mostra que a maioria dos executivos de bancos e financeiras avaliam de forma negativa o governo do presidente Lula (PT).
Hoje, 88% dos entrevistados avaliam o trabalho de Lula como negativo, 8% como regular e outros 4% o consideram positivo. A opinião negativa recuou dois pontos percentuais em relação ao último levantamento, feito em dezembro de 2024.
“A explicação para essa avaliação tão negativa do governo está na percepção generalizada no mercado que a política econômica do país está indo na direção errada: apenas 7% defendem a política econômica atual“, explicou Felipe Nunes, diretor da Quaest, na rede social X.
A pesquisa ainda questionou quais temas estariam relacionados a queda da popularidade de Lula. Para esses agentes, entre os fatores “muito importantes” está a alta nos preços dos alimentos (64%), equívocos na política econômica (56%), aumento dos impostos (41%) e violência urbana e insegurança (36%).
Avaliação positiva de Haddad despenca
A nova rodada da pesquisa chama a atenção para a mudança na percepção do mercado em relação ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad. A avaliação negativa sobre o seu trabalho chegou a 58%, um salto significativo comparado aos 24% contabilizados na pesquisa anterior. Já a avaliação positiva soma 10%, sendo que antes eram 41%. Os que consideram o trabalho do ministro regular são 32%, contra 35% em dezembro.
Os entrevistados também foram questionados sobre a força do ministro dentro do governo Lula, após dois anos de gestão. Para 85%, a força de Haddad hoje é “menor”, 14% consideram “igual” e 1% avalia como “maior”.
Avaliação de Galípolo
Apesar da rejeição sobre o governo Lula, o mercado mostra uma aceitação em relação ao presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, indicado pelo petista ao cargo.
Para 45% dos entrevistados, a avaliação é Galípolo positiva; 41% consideram regular, 8% definem como negativa e outros 6% responderam que “não sabiam”.
Contudo, vale ressaltar, que a maioria dos entrevistados afirmaram que “é muito cedo para avaliar” as decisões tomadas por Galípolo, enquanto 38% definem as escolhas como “técnicas” e 5% como “políticas”.
Em relação às expectativas, 20% consideram que a gestão de Galípolo no BC tem sido “melhor” que a do ex-presidente Roberto Campos Neto; enquanto 49% veem como “igual” e 3% avaliam como “pior”. Sobre essa questão, 28% declararam que “é muito cedo para avaliar”.
Expectativas sobre a política econômica
O mercado é pessimista em relação à economia nacional. Para 93% a política econômica do país está na direção errada, enquanto 7% consideram que está na direção certa. A maioria dos agentes financeiros, 92%, responsabilizam o presidente Lula pelo cenário.
Em relação ao futuro, 83% acreditam que a economia brasileira vai piorar nos próximos 12 meses, 13% dizem que permanecerá a mesma e 4% afirmam que vai melhorar.
Neste sentido, 58% acreditam que o Brasil corre risco de entrar em recessão e 82% que a inflação vai encerrar o ano maior do que em 2024.
Sobre o levantamento
A Quaest entrevistou gestores, economistas, analistas e tomadores de decisão do mercado financeiro de 106 fundos de investimentos, com sedes em São Paulo e no Rio de Janeiro, por meio de questionários online, entre os dias 12 e 17 de março. A margem de erro é de 3,4 pontos percentuais para mais ou para menos.
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