O presidente da Rússia, Vladimir Putin, propôs neste domingo 11 (noite de sábado, 10, no Brasil) iniciar conversas diretas com a Ucrânia, em Istambul, na próxima quinta-feira 15, mas evitou responder à proposta europeia sobre um cessar-fogo incondicional de 30 dias a partir de segunda.
Os líderes da Alemanha, França, Polônia e Reino Unido se reuniram no sábado com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, em Kiev e ameaçaram Moscou com novas sanções e mais apoio militar para a Ucrânia caso não aceitasse a proposta.
Putin não fez menção direta a esse ultimato em sua declaração, feita de madrugada no Kremlin, e concentrou-se em explicar sua contraproposta para novas negociações entre os dois países.
“Propomos às autoridades de Kiev que retomem as conversações que foram interrompidas em 2022 e, enfatizo, sem nenhuma condição prévia”, afirmou.
Negociadores russos e ucranianos tiveram diálogos diretos em Istambul nas primeiras semanas do conflito, mas não conseguiram parar os combates.
“Propomos iniciá-las sem demora na quinta-feira, 15 de maio, em Istambul”, indicou Putin, que disse que iria contactar seu par turco, Recep Tayyip Erdogan, para ajudar na organização.
“Não excluímos que durante essas conversações possamos chegar a algum tipo novo de cessar-fogo”, acrescentou o presidente russo, que, sem citar a proposta, criticou os “ultimatos” e a “retórica antirrussa” europeia.
“Estamos determinados a realizar negociações sérias (…) para eliminar as raízes do conflito e estabelecer uma paz duradoura”, insistiu.
As referências russas às “raízes do conflito” na Ucrânia geralmente envolvem uma ampla gama de queixas contra Kiev e o Ocidente, que costumam usar para justificar o lançamento da ofensiva em fevereiro de 2022.
Algumas delas incluem a suposta necessidade de “desnazificar” a Ucrânia, proteger os falantes de russo no leste do país, a expansão da Otan até as fronteiras russas e o giro geopolítico de Kiev rumo ao Ocidente.