Putin envia condolências pela morte do papa Francisco e destaca papel diplomático do pontífice

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, manifestou condolências pela morte do papa Francisco, ocorrida nesta segunda-feira, 21, no Vaticano.

O pontífice faleceu aos 88 anos. Em carta dirigida ao cardeal Kevin Farrell, camerlengo da Santa Igreja Romana, Putin escreveu: “Por favor, aceite meu mais sentido pesar pelo falecimento de Sua Santidade o papa Francisco”.

Na mensagem, o presidente russo destacou o papel de Francisco nas relações internacionais e inter-religiosas, referindo-se ao papa como “fiel servidor da doutrina cristã, sábio religioso e político, e constante defensor dos altos valores do humanismo e da justiça”.

Putin também citou a atuação do pontífice na aproximação entre a Igreja Católica Romana e a Igreja Ortodoxa Russa, além de sua influência nas relações entre Moscou e a Santa Sé.

Com a morte do papa, o cardeal Kevin Farrell assume provisoriamente a administração da Igreja, conforme estabelece a Constituição Apostólica Universi Dominici Gregis, que regula os procedimentos após a morte de um pontífice.

Farrell é responsável por supervisionar os ritos fúnebres e preparar o conclave que elegerá o novo papa. Ele ocupa o cargo de camerlengo desde 2019.

Repercussão internacional

Diversos líderes políticos e religiosos também se manifestaram sobre a morte do papa Francisco, enfatizando aspectos distintos de seu pontificado. O presidente da Espanha, Pedro Sánchez, afirmou que Francisco “deixa um legado profundo”.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, destacou sua postura em relação aos mais vulneráveis e mencionou sua “humildade” e “amor pelos necessitados”.

O presidente da Argentina, Javier Milei, relembrou a atuação do papa em temas morais e sociais, afirmando que o pontífice realizou uma “incansável luta do papado de Francisco para proteger a vida desde a concepção, promover o diálogo inter-religioso e aproximar a vida espiritual e virtuosa dos mais jovens”.

As homenagens públicas ocorreram em diversas cidades, enquanto o Vaticano iniciou os preparativos para os funerais e os ritos oficiais de transição.

A expectativa é de que o conclave para escolha do novo pontífice seja convocado nos próximos dias, após o encerramento das cerimônias fúnebres, que serão coordenadas pelo camerlengo com apoio da Cúria Romana.

Função do camerlengo

Durante o período de Sé Vacante, quando não há papa em exercício, o camerlengo é responsável por administrar os assuntos ordinários do Vaticano, incluindo a proteção dos bens da Igreja e a gestão da Cidade do Vaticano. Cabe a ele verificar formalmente a morte do pontífice, lacrar os aposentos papais e convocar o Colégio de Cardeais.

Kevin Farrell, de origem irlandesa e cidadão norte-americano, já exercia funções relevantes na Cúria Romana, inclusive como prefeito do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida. Desde 2019, está incumbido das funções protocolares e administrativas associadas à morte de um papa, incluindo o anúncio oficial, a definição do local de sepultamento e a organização do conclave.

Perfil do pontificado

Francisco foi eleito em março de 2013, após a renúncia de Bento XVI, e se tornou o primeiro papa de origem latino-americana e o primeiro jesuíta a ocupar o cargo. Durante seus mais de 10 anos de pontificado, abordou temas como pobreza, desigualdade, mudanças climáticas, migração e reforma da estrutura administrativa da Igreja.

A morte de Francisco marca o fim de uma gestão marcada por debates internos e externos sobre o papel da Igreja no mundo contemporâneo. Seu pontificado também foi caracterizado por encontros com líderes de outras religiões e viagens a regiões em conflito, com o objetivo de fomentar o diálogo.

O falecimento do pontífice, confirmado oficialmente pelo Vaticano na manhã desta segunda-feira, dá início a um período de transição que será conduzido pelo Colégio de Cardeais. A Santa Sé deverá divulgar nas próximas horas o cronograma oficial dos ritos funerários e os detalhes sobre o conclave.

O Vaticano também deverá anunciar o local de sepultamento do papa Francisco, que poderá seguir a tradição de seus antecessores e ser enterrado na cripta da Basílica de São Pedro, ou em outro local indicado por ele antes de sua morte.

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