OLÁ! ESTAS SÃO AS NOTÍCIAS DO HOSPÍCIO! Um compêndio dos principais acontecimentos dos últimos dias na tábua da beirada da Terra plana! Um flagrante das mais espetaculares fugas da realidade. Estrelando Carla Zambelli e o canastrão Eduardo Bolsonaro, da série O Diário de Um Banana.

PLANTÃO URGENTE: ­ZAMBELLI FUGIU, DESAPARECEU, ESCAFEDEU-SE. Quer dizer, escafedeu-se mais ou menos, porque o bolsonarista fugido tem essa psicopatia: ele foge, mas dá um jeito de dizer onde está, vide os muitos vídeos do pessoal do 8 de Janeiro “escondido” em Buenos Aires.

Em entrevista a uma rádio, Zambelli deu a saber que se encontrava em Miami, com destino a Roma e, depois, uma pequena cidade do interior. Vai, Interpol: basta espalhar umas fotos do Ronald McDonald, Wanted, antes que seja tarde demais. Espanhola tem cidadania italiana. Catzo, se a gente não tivesse devolvido o ­Battisti, podia rolar uma troca com troco. Na impossibilidade de tal transação, resta a próxima janela de transferência: vai o Robinho, vem a Zambelli, só vantagens para o esquema tático.

ATENÇÃO! EDITORIAL. Faz-se urgente a contratação de olheiros que possam analisar os movimentos de Jair Bolsonaro, seu mapa de calor, o potencial para romper as linhas e alcançar uma embaixada como ponta avançado pela extrema-direita. NH conclama os editorialistas do Estadão a se erguerem de suas tumbas e cerrar fileiras com este matutino: bola de ferro nesse pé murcho. Cerca elétrica de 200 mil volts no Vivendas da Barra Pesada. Jaula preventiva, senhores.

Poxa, Zambelli simplesmente pulou o muro do manicômio judiciário e saiu andando, não é possível. “Para fugir da cadeia, Carla Zambelli decide ser patriota em outro país”, manchetou O Sensacionalista, o único a falar a verdade.

O resto da imprensa? No G1, ­Zambelli deixou o Brasil. Na CNN, anunciaram que deixou. No UOL, deixou. Na Folha, diz que saiu. O Estadão informou que está fora. FUGIU, CARAGLIO, FUGIU!!!

CARLA ZAMBELLI FUGIU! EMPREENDEU FUGA! Ou ainda, de acordo com o Pai dos Burros, DESVIOU PRECIPITADAMENTE DE ALGO AMEAÇADOR, como, por exemplo, dez anos de cadeia. Imprensa que Eu Gosto, deve pensar essa gente, a lembrar o lamentável bloco dos jornalistas no Carnaval do Rio de Janeiro. Se estiver na cidade durante os festejos, saia dele, deixe-o, permaneça fora.

E ATENÇÃO! HORÁRIO ELEITORAL GRATUITO. Bananinha, o exemplo fugidio de Zambelli, dirige-se à nação. Não se sabe ainda se é um esquete nos moldes do Felipe Neto a citar 1984, ou se é sério deveras. Muito embora se possa rir como se ri de um esquete, ainda que involuntária. Flato é que emerge do TikTok um Banana nanico como de praxe, mas agora em versão extremista moderado, radical de centro, o Tarcísio style.

“Está na hora do reencontro do brasileiro com a sua HISTÓRIA, com a sua CULTURA”, disse o negacionista da história e inimigo da cultura. E dá-lhe citar de Getúlio a Jango, os “avanços” que vieram a “valorizar o trabalhador” e “fechar os olhos para isso seria infantil”. Uai, esqueceu de tomar o remedinho? “Não me apresento aqui como candidato a isso ou aquilo”, apresenta-se o candidato. “Eu quero me reencontrar com o espírito brasileiro”, falou a assombração.

THAT’S ALL, FOLKS! Voltamos a qualquer momento com novas informações da Interpol. •


Jornalista, indicado ao Emmy Internacional com a série O Infiltrado. Autor dos livros O Atleticano Vai ao Paraíso e Bandido Raça Pura.

Publicado na edição n° 1365 de CartaCapital, em 11 de junho de 2025.

Este texto aparece na edição impressa de CartaCapital sob o título ”

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Last Update: 05/06/2025