A boxeadora argelina Imane Khelif venceu a tailandesa Suwannapheng Janjaem, nesta terça-feira 6, e foi classificada para a final da categoria meio-médio (até 66kg). A adversária na disputa pelo ouro será a chinesa Liu Yang.
Khelif sofreu uma onda de desinformação nas redes na última semana, sua estreia nos Jogos Olímpicos de Paris. A adversária italiana Angela Carini abandonou a luta contra Khelif na categoria até 66 quilos, apontando, sem mais detalhes, fortes dores no nariz.
Bastou para que o evento desencadeasse uma torrente de comentários transfóbicos e reacendesse um acalorado debate sobre a inclusão de pessoas trans nos esportes – questão delicada e que, não raro, é capturada e instrumentalizada pela extrema-direita mundial.
No entanto, não há evidências de que Imane Khelif seja uma mulher trans: alguém identificado como homem ao nascer, mas cuja identidade de gênero não corresponde ao sexo biológico.
O próprio Comitê Olímpico Internacional (COI) já reforçou que Khelif é uma mulher cisgênero. O discurso de ódio nas redes sociais é inaceitável e está alimentando uma agenda política, afirmou Thomas Bach, presidente do COI.
Nunca houve dúvida de que são mulheres. Nasceram mulheres, cresceram mulheres, têm passaporte como mulheres e competiram como mulheres durante vários anos.