É com profundo senso de responsabilidade e compromisso que assumo a presidência interina do Partido dos Trabalhadores (PT). Após o período de vigorosa resiliência da companheira Gleisi Hoffmann, que nos guiou por dias tempestuosos nestes oito anos, é hora de projetarmos nosso partido para um futuro de esperança e transformação. Estamos em um momento crítico, onde a consistência e a unidade partidária são mais importantes do que nunca para garantirmos não apenas a continuidade de conquistas históricas, mas também avanços permanentes na promoção de justiça social e da nossa soberania.
Enfrentamos desafios sem precedentes, especialmente no auge da tentativa de destruição do partido durante a operação Lava Jato, que culminou com a prisão de Lula em 2018 e a ascensão da extrema direita. Contra todas as adversidades, a companheira Gleisi foi responsável, enquanto fazia a defesa incansável de nossas bandeiras históricas no plano programático, pela resistência heróica à grave tentativa de destruição do PT.
Sua gestão também foi responsável pela expansão significativa do partido nas prefeituras e Câmaras Municipais nas eleições de 2024 e da nossa base de filiados. Participei desse extraordinário esforço coordenando o Grupo de Trabalho Eleitoral (GTE) do nosso partido, que estruturou candidaturas competitivas e ampliou canais de diálogo com outras forças políticas do nosso campo. Por meio da Secretaria Nacional de Comunicação do PT, a gestão possibilitou ainda a reestruturação da comunicação, amplificando nosso discurso e aproximando-o ainda mais da militância pelos canais do PT, seja no site ou nas redes sociais.
Agora, precisamos fortalecer nossa união programática e garantir que o PT saia do Processo de Eleições Diretas (PED) 2025, em julho, ainda mais coeso. Um partido comprometido com o projeto de país sonhado pelo presidente Lula e em condições de sedimentar, em 2026, a frente ampla em torno de ideais democráticos e de crescimento inclusivo. Como nas eleições de 2022.
Nestes pouco mais de dois anos, o governo Lula, pela terceira vez, tem sido sinônimo de progresso e desenvolvimento para o Brasil. Conquistamos a menor taxa de desemprego da história (6,2% no trimestre encerrado em janeiro), um reflexo direto das políticas de crescimento econômico e inclusão social implementadas com diligência pelo nosso governo. A renda média do trabalhador alcançou o recorde de R$ 3.343 mensais, o a maior desde que o IBGE iniciou a Pnad Contínua em 2012, comprovando que nossos esforços para melhorar a vida do trabalhador brasileiro estão gerando e distribuindo riqueza.
Prova disso é que o PIB cresceu 3,4% em 2024, impulsionado pela revitalização da indústria e pela criação de empregos de maior qualificação técnica. Nossas exportações industriais atingiram um recorde de US$ 181,9 bilhões, evidência de um país que se reinseriu com sucesso no cenário global, superando definitivamente os tempos de “pária internacional” da era Bolsonaro.
Promovemos a reconstrução do Sistema Único de Saúde (SUS), com a ampliação da cobertura vacinal, que fortalece a saúde pública e o bem-estar da nossa população, após anos do negacionismo científico irracional que dominou o governo anterior e nos levou às mais baixas taxas já registradas pelo Programa Nacional de Imunização (PNI).
No entanto, não podemos subestimar desafios que são prementes. Temos à frente uma agenda ambiciosa e necessária, que inclui, por exemplo, avançar em propostas que garantam justiça social e tributária, como o fim da escala 6×1, a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil e colocar os super-ricos no IR.
Ao mesmo tempo, o cenário político e social ainda encontra-se profundamente contaminado pelas fake news disseminadas por Jair Bolsonaro e seus aliados. Com efeito, as mentiras bolsonaristas tentam minar o governo com informações falsas, como o recente caso do PIX e a inflação dos alimentos. Perpetuado pela tecnocracia das big techs, o ecossistema de desinformação da extrema direita tornou-se uma ameaça não apenas ao nosso governo, mas à própria democracia no Brasil e no mundo.
A verdade que a extrema direita teima em esconder é que, sob o governo Lula, 24,4 milhões de pessoas já escaparam da fome, reduzindo a insegurança alimentar severa em 85%. É vital que continuemos esse trabalho, como mais uma prova de nossa dedicação inabalável ao bem-estar de todos os brasileiros.
À medida que nos aproximamos das disputas políticas de 2025 e 2026, não podemos permitir que erros abram caminho para o retorno de uma extrema direita cujo projeto de governo foi construído sobre as ruínas do Estado e o sofrimento dos mais vulneráveis, como demonstrado pelo retorno do Brasil ao Mapa da Fome, notadamente registrado pelas tristes imagens de gente agonizando em filas de ossos e por uma legião de 33 milhões de famintos entre 2019 e 2022.
Com o apoio do presidente Lula, minha missão é conduzir o PT durante a transição, garantindo que o partido esteja preparado para articular uma aliança política abrangente, pavimentando o caminho para a reeleição de nosso líder maior em 2026.
Enquanto celebramos o legado de Gleisi, que assume agora a nobre missão de chefiar a Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, olhamos para frente com confiança e determinação.
É hora de unir esforços. Nossa força reside na unidade, no compromisso e na visão coletiva de um Brasil mais justo e próspero. Esse é o chamado do PT, e peço o engajamento de cada militante de nossa base para que, juntos, possamos garantir um futuro que reflita verdadeiramente o potencial e a esperança do povo brasileiro. Sigamos firmes.
Humberto Costa
Presidente Interino do Partido dos Trabalhadores (PT)