Durante o período de janeiro de 2023 a junho de 2024, os filiados do Partido dos Trabalhadores foram mencionados em 3.743 registros presentes nas agendas de instituições federais. Esta ocorrência corresponde a 26% de todos os nomes de parlamentares, tanto da Câmara dos Deputados quanto do Senado, que foram registrados nas agendas oficiais dos órgãos públicos, representando o dobro da proporção que o partido detém no Congresso Nacional. Essas revelações foram obtidas por meio de uma análise de compromissos públicos realizada pelo sistema e-agendas. Segundo análise do cientista político Lúcio Rennó, da Universidade de Brasília, a presença significativa e desproporcional do Partido dos Trabalhadores nas reuniões dos órgãos federais, está intrinsecamente ligada a uma tendência histórica dos governos petistas de centralizarem considerável poder dentro do próprio partido. Com membros do Partido dos Trabalhadores liderando diversos ministérios chave, os congressistas da agremiação partidária conseguem um acesso mais amplo e regular a essas esferas de decisão, conforme destacou o renomado professor.