
Em São Paulo, o Partido Socialista Brasileiro (PSB) articula nos bastidores a atuação do vice-presidente Geraldo Alckmin como fiador político para atrair quadros do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) que estão contrariados com a fusão em andamento com o Podemos.
A movimentação acontece em meio ao fortalecimento da pré-candidatura de Márcio França (PSB) ao governo paulista e à construção de um projeto nacional com foco em 2030, com o nome do prefeito do Recife, João Campos, despontando como presidenciável da sigla.
A iniciativa está sendo liderada por Caio França, recém-eleito presidente do PSB paulista, que avalia ser estratégico agregar tucanos históricos que mantêm perfil democrático e moderado, em contraste com o avanço da extrema direita.
O movimento mira principalmente figuras como o deputado federal Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), ex-prefeito de Santos, que apesar de negar conversas para troca de partido, esteve presente no evento de lançamento da pré-candidatura de Márcio França.
Alckmin, quatro vezes governador de São Paulo pelo PSDB, filiou-se ao PSB em 2022 para compor a chapa vitoriosa com Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Desde então, manteve-se discreto, mas recentemente intensificou diálogos com antigos aliados tucanos, segundo relatos de bastidores. A avaliação é que o vice-presidente busca medir o terreno político, tanto para apoiar França quanto para avaliar uma possível candidatura ao Senado ou até ao governo paulista.
A assessoria de Alckmin afirmou que ele mantém “diálogo democrático, sem distinção partidária, com todos os representantes do povo brasileiro”, reforçando o perfil agregador que os pessebistas querem utilizar para ampliar sua base.

Caio França defende que o PSDB será engolido pela fusão com o Podemos e atuará como coadjuvante no processo político de São Paulo. Por isso, vê espaço para convencer tucanos a se unirem ao PSB, usando a figura de Alckmin como ponte de confiança. “Tem total interesse da nossa parte em poder conversar, apresentar nossas ideias e, quem sabe, atraí-los tendo o vice-presidente Geraldo como fiador”, declarou.
Apesar das investidas, lideranças tucanas acreditam que há baixa chance de sucesso na migração. Há resistência entre integrantes do PSDB em se associar a um partido alinhado com Lula, o que manteria o distanciamento político mesmo diante da desarticulação interna que o partido enfrenta.
Do ponto de vista jurídico, a fusão entre PSDB e Podemos ocorrerá por meio de incorporação. Esse modelo não permite que parlamentares troquem de legenda sem risco de perda de mandato, o que limita movimentos imediatos de filiação a outras siglas.
O PSDB, que já foi protagonista na política paulista e nacional, definha sob disputas internas e perda de lideranças. Em meio à consolidação do bolsonarismo como força hegemônica na direita, tucanos de perfil moderado se veem sem rumo. É nesse vácuo que o PSB de São Paulo aposta na capacidade de Alckmin para costurar novas alianças e resgatar quadros históricos para um projeto progressista.
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