Governo israelense aprova plano para ocupar Gaza e enfrenta protestos em frente ao parlamento; civis exigem acordo com o Hamas para libertação de reféns
Nesta segunda-feira (5), a polícia israelense precisou dispersar centenas de manifestantes que se reuniram em frente ao parlamento do país. Os protestos exigiam um acordo com o Hamas para garantir a libertação dos reféns ainda mantidos em Gaza.
Os atos surgiram poucas horas após o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu aprovar planos para assumir o controle total da Faixa de Gaza. Centenas de pessoas se concentraram em frente ao Knesset, o parlamento israelense, pressionando por negociações com o grupo militante.
Plano de ocupação ampliada gera críticas e temor de crise humanitária
O governo israelense aprovou uma estratégia para ocupar toda a Faixa de Gaza e permanecer no território palestino por tempo indeterminado, segundo duas fontes oficiais. A medida, se implementada, expandiria drasticamente as operações militares no enclave e poderia enfrentar forte oposição internacional.
“Não há razão para continuar com esta guerra. O que fizemos durante um ano e meio, no último ano e meio, e não conseguimos, não o vamos conseguir fazer agora”, disse Miri Wolf, uma das manifestantes.
“Eles (o governo israelita) só querem manter a faixa de Gaza e fazer lá um novo colonato. Eles vão ficar lá, os soldados serão mortos e os reféns voltarão em sacos pretos. É isso que vai acontecer”, acrescentou.
O plano também prevê a realocação de centenas de milhares de palestinos para o sul de Gaza, o que poderia equivaler a um deslocamento forçado e agravar a já crítica crise humanitária na região.
Ofensiva israelense intensifica após fim de trégua
Desde que Israel encerrou um cessar-fogo com o Hamas em meados de março, novos ataques no território resultaram em centenas de mortes. As forças israelenses já controlam cerca de 50% do enclave.
Antes do fim da trégua, o governo suspendeu toda a ajuda humanitária à região, incluindo alimentos, combustível e água, aprofundando o que especialistas consideram a pior crise humanitária em 19 meses de conflito.
Origens do conflito e balanço de vítimas
A guerra teve início em 7 de outubro de 2023, quando militantes do Hamas atacaram o sul de Israel, matando cerca de 1.200 pessoas, a maioria civis. O grupo sequestrou 251 pessoas, das quais 59 permanecem em cativeiro, sendo 24 presumivelmente vivas.
Em resposta, a ofensiva israelense já causou a morte de 52.400 palestinos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas. O número não distingue combatentes de civis. O exército israelense informa que 850 de seus soldados morreram desde o início da guerra.