O empresário Igor Ferreira Sauceda, que com seu Porsche atropelou e matou o motociclista Paulo Henrique Silva no dia 29 de julho, agora é réu por homicídio doloso triplamente qualificado após a Justiça de São Paulo aceitar, nesta terça-feira (6), a denúncia do Ministério público.
A decisão foi tomada pela juíza Isabel Begalli Rodriguez, da 3ª Vara do Júri, que deverá agendar uma audiência de instrução para decidir se Sauceda será levado a júri popular. Segundo a promotora Ana Luiza Silva, o motivo do homicídio foi fútil. Sauceda teria decidido matar Paulo após se irritar com o fato de ele ter danificado seu carro durante uma colisão de trânsito.
Em seu depoimento à polícia, Sauceda afirmou que o caso foi um acidente e que se sentiu ameaçado após Paulo ter chutado o retrovisor de seu Porsche. No relatório, a promotora destacou o uso de meio cruel, já que Paulo foi atingido e arrastado por alguns metros, provocando atroz e desnecessário sofrimento, além de revelar brutalidade fora do comum e em contraste com o mais elementar sentimento de piedade.
Além disso, Sauceda teria dificultado a defesa de Paulo ao atingi-lo por trás em alta velocidade. A promotora também solicita uma indenização à família da vítima, uma vez que Paulo era casado e sua esposa estava grávida na data do crime.
Novos ângulos mostram como playboy usou o Porsche para seguir e matar um motociclista em SP pic.twitter.com/jdyL7o49Qd
— João Pedro (@JoaoPedro123) July 31, 2024
Nas gravações do dia da colisão, é possível ver de vários ângulos o momento em que o criminoso com o Porsche atinge Paulo, que estava em sua moto. As câmeras de segurança também registraram os momentos anteriores à batida, mostrando a perseguição do veículo de luxo ao motociclista.
A vítima chegou a ser socorrida, mas infelizmente não resistiu aos ferimentos e morreu no hospital. O empresário afirmou à Polícia que trafegava em velocidade de aproximadamente 70 km/h, embora o limite de velocidade da via seja de 50 km/h.
O dono do Porsche está preso desde o dia do crime. No dia seguinte, a juíza Vivian Brenner de Oliveira converteu a prisão em flagrante para preventiva (sem prazo) durante audiência de custódia realizada no Fórum Criminal da Barra Funda, em São Paulo.