O sindicato dos representantes dos agentes, escrivães, inspetores e investigadores de polícia do Rio Grande do Sul (Ugeirm) manifestou repúdio ao pacote apresentado pelo governador Eduardo Leite na última terça-feira (16).
Enviado à Assembleia Legislativa, o pacote prevê reajuste salarial de 15% a partir de 2025 parcelado em quatro parcelas, o que tem gerado revolta entre os servidores que consideram o aumento proposto insuficiente e desrespeitoso.
“O reajuste oferecido é lamentável! Desde o início de seu governo, em 2019, Eduardo Leite concedeu apenas 8% de reposição salarial aos servidores. Essa política de arrocho salarial do governo, mais do que um grande desrespeito com uma categoria que entregou os melhores resultados do seu mandato, é uma perigosa brincadeira com a sociedade gaúcha. Falando como quem acompanha a segurança pública do RS há mais de 30 anos, posso dizer que esse é o primeiro passo para jogar por terra todos os avanços conseguidos nos últimos anos”, afirma o presidente do Sindicato, Lucas Silva.
“Uma carreira desvalorizada é um convite para que os melhores profissionais procurem outros caminhos para a sua vida. Os policiais civis são profissionais e não heróis que estão dispostos a arriscar as suas vidas em troca de salários miseráveis. A explosão do número de exonerações na Polícia Civil nos últimos anos é um aviso que o governo insiste em não ouvir. Infelizmente, quem vai pagar o preço por essa irresponsabilidade será a sociedade gaúcha”, completou.
Em comunicado o Sindicato destacou “o anunciado reajuste para as categorias da segurança pública, que nas próprias palavras do Governador entregou à sociedade gaúcha o menor índice de criminalidade dos últimos dez anos’, só começará a ser pago em janeiro de 2025. Além disso, o índice pífio de 15% será pago em quatro parcelas, com a última delas sendo paga em outubro de 2026, ou seja, daqui a mais de dois anos”.
A votação do projeto na Assembleia estava marcada para a última sexta-feira (19), mas foi adiado. De acordo com entidades dos servidores, apesar do cancelamento, os projetos seguem tramitando e pode ir a votação ainda durante o recesso parlamentar, que vai até 31 de julho.
Fonte: Página 8