Projeto de lei exige diploma comentar assuntos ‘sensíveis’ na Internet

Um novo Projeto de Lei (PL 5990/2025), apresentado pelo deputado federal Vicentinho Júnior (PP-TO), propõe regulamentar a comunicação digital no Brasil ao restringir a atuação de comunicadores. Segundo o texto, “influenciadores” sem formação acadêmica, certificação técnica ou habilitação compatível ficariam impedidos de produzir conteúdos sobre áreas que exijam conhecimento especializado.

A proposta surge sob a justificativa de proteger o consumidor contra informações imprecisas que possam gerar “riscos à saúde, segurança ou patrimônio”. Trata-se de mais um mecanismo de censura e uma tentativa de implementar um pensamento único na Internet brasileira, semelhante ao que aconteceu com a “Lei Felca”.

De acordo com o projeto, comunicadores sem qualificação comprovada estariam proibidos de divulgar orientações, recomendações ou informações sobre uma lista específica de temas sensíveis. A vedação se aplica tanto a conteúdos informativos quanto à participação em campanhas publicitárias.

Os principais temas abrangidos pela restrição são:

  • Saúde: medicamentos, terapias, serviços e procedimentos médicos;
  • Finanças: serviços e produtos bancários ou financeiros;
  • Consumo de risco: bebidas alcoólicas, tabaco e seus derivados;
  • Agronegócio: defensivos agrícolas;
  • Entretenimento de azar: serviços de apostas e jogos.

O PL 5990/2025 também estabelece normas para o conteúdo patrocinado. Mesmo os “influenciadores” que possuam a habilitação técnica necessária deverão identificar claramente o caráter publicitário da publicação, informar quem é o patrocinador e incluir alertas explícitos sobre os riscos associados ao produto ou serviço divulgado.

O descumprimento das regras previstas no projeto sujeita o criador de conteúdo a um sistema progressivo de punições:

  • Advertência: com prazo para a adequação da conduta;
  • Multa diária: valores que podem chegar a R$50 mil;
  • Suspensão da conta: em casos graves ou de reincidência, o perfil do influenciador nas redes sociais poderá ser suspenso temporariamente por até 90 dias.

O projeto agora deve seguir para análise das comissões temáticas na Câmara dos Deputados antes de seguir para votação em plenário.

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