
Publicado em 8 de maio, data que marca o fim da Segunda Guerra Mundial, o videoclipe da música Heil Hitler, do rapper norte-americano Kanye West — que agora atende pelo nome de Ye —, provocou forte repercussão ao circular na rede social X, de Elon Musk. Até o último sábado (11), o vídeo somava quase 10 milhões de visualizações, apesar de ter sido removido de outras plataformas por exaltar Adolf Hitler.
A faixa foi removida do YouTube, Spotify, Apple Music e Reddit por conteúdo antissemita, mas a canção segue amplamente disponível no X, rede social de Elon Musk. O vídeo mostra atores afro-americanos vestidos com peles entoando versos em homenagem ao ditador responsável pelo Holocausto. A produção termina com um discurso original de Hitler.
O YouTube confirmou à imprensa que retirou o conteúdo por violar suas diretrizes, enquanto o Reddit declarou que “ódio e antissemitismo não têm lugar” na plataforma. Já os serviços de streaming optaram pela remoção imediata do single. O conteúdo gerou indignação de organizações judaicas e ativistas, que criticaram a permanência do vídeo no X.
Nos últimos anos, Kanye West tem feito declarações públicas de apoio ao nazismo e disseminado ideias antissemitas. Em uma das postagens mais polêmicas, o artista chegou a escrever “Eu amo Hitler”. Em fevereiro, ele desativou sua conta no X, que desapareceu por alguns dias, mas não ficou claro se houve banimento ou saída voluntária.

A rede X, por sua vez, tem sido alvo de críticas desde que Elon Musk a adquiriu no fim de 2022. Sob o pretexto de promover a liberdade de expressão, o bilionário passou a permitir a circulação de discursos de ódio e desinformação. Especialistas e observadores políticos acusam Musk de favorecer conteúdos alinhados à sua visão ideológica.
Além disso, Musk tornou-se um importante aliado do ex-presidente Donald Trump na campanha presidencial de 2024. Ele teria investido cerca de 277 milhões de dólares em apoio ao candidato republicano e ao partido. A aproximação política reforça o debate sobre os limites da liberdade nas redes e o papel das plataformas na propagação de extremismos.
O silêncio do X diante das denúncias reforça a percepção de impunidade. Procurada pela AFP, a empresa não se manifestou sobre a permanência do conteúdo ou sobre medidas futuras para conter o discurso antissemita. A plataforma também não deixou claro se haverá punição para West.
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