Um estudo coordenado pelo Instituto de Saúde Coletiva (ISC/Ufba), pelo Centro de Integração de Dados e Conhecimento para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia) e pelo Instituto de Saúde Global de Barcelona (ISGlobal) constatou que o programa Bolsa Família reduziu em mais da metade os casos e mortes por tuberculose entre pessoas de extrema pobreza e indígenas.
“Sabemos que a TB é motivada pela pobreza, mas até agora os efeitos das transferências de renda nos desfechos da doença entre as populações mais vulneráveis não tinham sido totalmente analisados”, diz o coordenador do estudo, Davide Rasella.
Os pesquisadores analisaram dados de 54,5 milhões de brasileiros de baixa renda entre 2004 e 2015, a fim de comparar a incidência, mortalidade e taxa de letalidade da doença entre grupos vulneráveis, beneficiários do programa de transferência de renda (23,9 milhões) ou não (30,6 milhões).
A redução de dos casos de tuberculose entre beneficiários do Bolsa Família chegou a 50%. Em relação aos povos indígenas, a queda foi ainda maior: 60%.
O número de mortes por tuberculose também foi menor entre os grupos que recebem o Bolsa Família, em comparação às que não estão inscritos no programa.
“Sabemos que o programa melhora o acesso à alimentação, tanto em quantidade quanto em qualidade, o que reduz a insegurança alimentar e a desnutrição — um importante fator de risco para a tuberculose — e fortalece as defesas imunológicas das pessoas. Como resultado, também reduz as barreiras ao acesso à assistência médica”, diz Gabriela Jesus, coautora do estudo.
Para os pesquisadores, a conclusão é a de que programas de transferência de renda ajudam a reduzir a pobreza e a desnutrição, mas também são essenciais na estratégia de eliminação da tuberculose e das Metas de Desenvolvimento Sustentável.
*Com informações da Agência Fiocruz.
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