Os professores da rede pública do Distrito Federal entram na quarta semana de greve, sem perspectivas concretas de um acordo com o governo Ibaneis Rocha (MDB).

A paralisação, que começou no dia 2 de junho, tem ao centro reivindicações por reajuste salarial, reestruturação da carreira e nomeação de aprovados em concurso público.

A categoria pede 19,8% de reajuste salarial equivalente às perdas inflacionárias recentes; redução do tempo para progressão na carreira; maior valorização por titulação e criação de novo plano de cargos. Os professores também denunciam o excesso de docentes em regime temporário e as graves deficiências na infraestrutura das escolas.

Os professores têm mantido a greve como forma de pressionar o governo a entrar em negociação; organizações sindicais como a CUT-DF e o Sinpro-DF têm destacado a truculência do governo do estado com os manifestantes. As manifestações têm sido marcadas por atos de repressão da Polícia Militar, como o uso de gás de pimenta.

Batalha política e jurídica

Desde o início, a greve foi considerada ilegal pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), que determinou, inicialmente, multa de 1 milhão por dia ao Sinpro-DF. A decisão foi parcialmente revertida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Flávio Dino, que suspendeu a multa, mas manteve a ordem de encerramento da paralisação e autorizou o corte de ponto dos grevistas. Mesmo assim, na quarta-feira 11, o TJDFT voltou a aplicar uma nova multa ao sindicato, desta vez no valor de R$ 300 mil por dia de descumprimento.

Em declarações recentes, o governador Ibaneis Rocha afirmou que não haverá reajuste salarial para nenhuma categoria do funcionalismo público em 2025 devido ao cenário de reajuste fiscal. O governador também confirmou o corte de ponto dos professores grevistas.

“Nós vamos fazer corte de ponto e ver quantos dias eles vão aguentar com corte de ponto”, disse Ibaneis.

Próximos passos

Nesta segunda-feira 23, está previsto um ato unificado em defesa do serviço público do Distrito Federal. Segundo a CUT-DF, o evento tem o intuito de denunciar à sociedade o descaso do governo Ibaneis-Celina com educação, saúde, assistência social e todos os outros serviços prestados à população. A ação integra o calendário de greve dos professores e professoras, orientadores e orientadoras educacionais do Sinpro.

Também está agendada uma assembleia-geral para esta terça-feira 24 de junho, para que a categoria discuta os rumos do movimento.

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Last Update: 23/06/2025